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História

Petrópolis: o que você não sabia sobre sua cidade

Quantas pessoas que você conhece não sabem a história da própria cidade? Talvez você nunca tenha tido a curiosidade de perguntar para algum conterrâneo seu, mas você se surpreenderia com o número de pessoas que desconhecem a história de suas próprias cidades.

Mas não estou aqui para dar uma aula sobre a história de Petrópolis, porque isso você provavelmente aprendeu na escola (mesmo que não lembre) e pode encontrar em qualquer livro com muito mais clareza e riqueza de detalhes. Esse texto tem como objetivo apresentar-lhes algumas curiosidades sobre a nossa cidade e tentar fugir um pouco do lugar-comum sobre a cidade imperial.

Petrópolis foi palco de alguns episódios importantes da história do Brasil, como a inauguração da primeira rodovia pavimentada do Brasil, a União e Indústria que liga a cidade a Juiz de Fora (MG).

Em 1897, a primeira sessão de cinema com a exibição em cinematógrafo dos primeiros filmes de Auguste e Louis Lumière, (os inventores do cinematógrafo e por isso conhecidos por muitos como “os pais do cinema”) aconteceu na cidade imperial.

Os governos do Brasil e da Bolívia assinaram em 1903, um tratado que incorporava o Acre ao Brasil, o Tratado de Petrópolis.

O soteropolitano, Ruy Barbosa que foi senador, ministro, candidato a Presidência da República duas vezes, além de ter sido membro e fundador da Academia Brasileira de Letras, morreu aqui no dia 1º de março de 1923.

Em 1941, o escritor austríaco, Stefan Zweig se mudou para cá e aqui finalizou sua autobiografia “O mundo que eu vi”, escreveu “O jogador de xadrez” e iniciou a obra “O Mundo de ontem” que era uma descrição da Europa antes de 1914. Em 1942, deprimido com o crescimento da intolerância e do autoritarismo na Europa, e sem esperanças no futuro da humanidade, Zweig escreveu uma carta de despedida e suicidou-se com a mulher, com uma dose fatal de barbitúricos.

Personalidades como: O “pai da aviação”, Santos Dummont quando acometido de uma depressão, encontrou seu refúgio aqui onde projetou e construiu seu chalé, “A Encantada” e lá morou. Hoje a casa é um dos pontos turísticos da cidade e é visitado por pessoas do mundo todo.

Nair de Tefé von Hoonholtz, considerada a primeira caricaturista mulher do mundo, nasceu aqui no dia 10 de junho de 1886. Nair foi a primeira-dama do Brasil quando casou-se com o Marechal Hermes da Fonseca. Já Peter Brian Medawar, foi um cientista britânico (nascido em Petrópolis) que foi agraciado com o Nobel de Fisiologia / Medicina de 1960, por pesquisar o sistema imunológico dos animais.

O ex-deputado federal Roberto Jefferson, o poeta Raul de Leoni, o antropólogo Julio Cezar Melatti, o jornalista Eduardo Monsanto, o ator Rodrigo Santoro, a atriz Camila Morgado entre outras personalidades também são petropolitanos.

Petrópolis também é uma cidade que atraiu personalidades ilustres como o primo de Dom Pedro II, Maximiliano de Habsburgo-Lorena (imperador do México); o rei da Bélgica, Balduíno I; a rainha Sofia e Albert Einstein.

Entre 1944 – 46, o Hotel-cassino Quitandinha teve como hóspedes: Orson Welles (diretor, co-roteirista, produtor e ator de “Cidadão Kane”), Errol Flynn (ator de “Capitão Blood), Maurice Chevalier (ator, cantor e humorista francês), Greta Garbo (atriz sueca), Carmem Miranda, Walt Disney, Bing Crosby (cantor e ator norte-americano) e Carol I, rei destronado da Romênia. Quando foi a sede Conferência Interamericana de 1946 recebeu Eva Perón, a então chefe da delegação Argentina.

Grandes nomes da literatura também passaram por aqui, como Gabriela Mistral que exercia a função de consulesa do Chile em Petrópolis quando foi agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura, em 1945. A cidade foi o refúgio de Machado de Assis, Stanislaw Ponte Preta e Jorge Amado, que aqui terminou de escrever “Gabriela, Cravo e Canela”. Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Villa-Lobos e Alceu Amoroso Lima aqui tinham casas de veraneio. E como centro do poder nacional, a cidade foi o endereço de veraneio de importantes vultos do império e da república, como o Barão e Visconde de Mauá, Barão do Rio Branco, Barão e Visconde do Arinos, Visconde de Caeté e Joaquim Nabuco.

Espero que ao término da leitura, vocês possam enxergar Petrópolis como uma cidade que vai muito além do reconhecimento por ter sido a capital do Império de D. Pedro II, e onde muitos presidentes passavam seus dias. Petrópolis não é só isso que foi contado, é isso e muito mais.

5 Comentários

  1. Não é bairrismo nenhum dizer não só das belezas e histórias de Petrópolis, mas saber que a cidade já cumpriu um papel importante na sociedade brasileira, principalmente no Século XIX. Tem o pioneirismo de ser o primeiro lugar do Brasil a exibir as películas dos Irmãos Lumiére e muitas coisa. Belo post Mari.

  2. Sem contar que grandes figuras não só do Império viveram aqui. Também gostei muito da matéria.

  3. Adorei a matéria, apesar de ter estudado a história de Petrópolis não sabia de coisas tão interessantes sobre nossa cidade, muito bem pesquisado.

  4. Moro em Petrópolis há 73 anos. Coleciono fotos antigas desta nossa cidade, todas elas devidamente digitalizadas.Agora quando passo, pelos devidos locais, me pergunto:
    – ” Será que melhoramos ou pioramos o que herdamos ? ”
    Meus nove netos vão me dizer.
    Helio Banal

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