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Projetos Sociais

Pré-Vestibular para Negros e Carentes

crédito: Marianne Wilbert

Há muitos projetos bacanas na nossa cidade, mas muitas pessoas não tem nem conhecimento deles, então quem não conhece, vai ter a chance de conhecer um projeto muito legal, o PVNC (Pré-Vestibular para Negros e Carentes). E para falar um pouco sobre esse voluntariado, eu conversei com o Pedro Luiz Von Seehausen que dá aulas de histórias lá desde julho de 2008.

Esse projeto surgiu na Baixada Fluminense em 1993 devido ao descontentamento dos educadores com a dificuldade dos grupos discriminados para terem acesso ao ensino superior. As discussões para a organização do primeiro núcleo do pré-vestibular para negros, iniciaram-se no final de 1992 tendo como objetivo a capacitação de estudantes para o exame vestibular da PUC-SP e das universidades públicas do Rio de Janeiro. Este núcleo foi organizado por David Raimundo dos Santos, Antônio Dourado, Luciano de Santana Dias e Alexandre do Nascimento.

A proposta inicial teve como base a péssima qualidade do ensino de 2º grau na Baixada Fluminense e a verificação do baixo percentual de estudantes negros nas universidades.

Com o sucesso e a repercussão do pré-vestibular, em 1993, conseguiram isenções de taxa de vestibular na UFRJ e na UERJ além de bolsas de estudo para os aprovados na PUC. Em 1994, novos núcleos foram formados. Esse foi um ano importante para o projeto que além da adesão de novos núcleos, passou a ser um Movimento Social de Educação Popular.

Quando perguntado sobre a dificuldade de aprendizado dos alunos devido à precariedade nas redes do ensino público, Pedro diz que há sim dificuldades, mas que estas são compensadas pelo interesse e a força de vontade deles, e ainda reforça que a função do pré-vestibular acaba sendo a de suprir os “buracos” deixados pelo ensino médio e fundamental, preparando-os para uma prova, onde teoricamente eles já deveriam estar preparados.

A faculdade mais almejada pelos alunos é a UFRJ pela qualidade de ensino, proximidade e pela questão dos alojamentos também. Os cursos são bem variados, mas medicina e direito ainda estão entre os favoritos dos estudantes. O índice de aprovação nas faculdades públicas costuma ser bem alto, quando os alunos não abandonam o pré durante o ano, e vão até o final.

Uma questão polêmica é a das cotas, então eu o perguntei se ele é a favor ou se ele acha que com projetos como o PVNC, os alunos podem ingressar numa faculdade pública mostrando que sabem tanto quanto os outros sem entrar pelas cotas, e sua resposta foi bem interessante“Eu sou a favor sim, mas vamos fugir um pouco do argumento do Ali Kammel, vejo as cotas não como uma medida a qual se cria e reforça as distinções raciais, ou como uma medida para ‘ajudar os negros os quais não teriam capacidade de ingressarem na universidade por mérito deles’. Vejo diferente, eu vejo as cotas como um questionamento, durante muito tempo se permeou a idéia de uma democracia racial (termo do Gilberto Freyre) inexistente no Brasil, negar a existência de um pensamento racista no Brasil é um absurdo. Eu vejo as cotas como um questionamento do movimento negro perante a um sistema o qual nunca tomou medida alguma para mudar essas estatísticas as quais acabam por segregar as raças sim… Acho que as cotas são sim uma medida de emergência”.

Embora  seja a favor das cotas, ele acha que os alunos tem condições de concorrer com qualquer aluno da rede particular, principalmente pela força de vontade.

Alguns alunos saíram direto do colégio e outros já estão há um bom tempo afastados. No início as turmas costumam ter em torno de 60 alunos, mas como muitos desistem no meio do caminho, a média dos que chegam até o final seria de 35 /40 alunos.

Atualmente o PVNC tem um corpo docente com 31 professores, mas toda ajuda é muito bem-vinda. Em 2008 eles precisavam de mais professores de história, mas conseguiram suprir as cadeiras.

Se você se interessou, seja para ajudar ou para ser aluno, basta ir ao antigo colégio Santa Catarina nos fins de semana e nos feriados, que assim como eu, com certeza vocês serão muito bem recebidos pelos professores e por uma turma bem animada de alunos.

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.

4 Comentários

  1. Oi!!!
    Fiquei sabendo desse pre-vestibular atraves de alguns amigos q estam estudando com voces, e gostei muito de tudo que eles comentaram.E eu queria saber se tem como me matricula, se vc iram fazer novas tumar?!
    obrigado desde ja.

  2. Boa tarde Cássia,

    na verdade nós não fazemos parte do PVNC, só fizemos essa matéria para mostrar o belo trabalho que eles fazem. Tente entrar em contato através dos contatos colocados acima, ou visite o núcleo aos domingos ou feriados que tenho certeza que eles vão tirar todas suas dúvidas.

    Obrigada pelo comentário!

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