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Educação

Faculdades públicas x privadas

Todos os anos, milhares de adolescentes se preparam para fazer os concorridos vestibulares para as tão sonhadas faculdades federais. Muitos dos que não passam, optam pelas faculdades privadas ou por fazerem cursinhos, mas no final, os objetivos dos estudantes são sempre os mesmos: realizarem-se em seus cursos e serem bem preparados para o mercado de trabalho.

O MEC (Ministério da Educação) avalia os cursos e atribui-lhes notas de acordo com a qualidade destes. As notas vão de 1 a 5, sendo 5 a nota mais alta, portanto, o curso com a nota acima de 3, possui uma qualidade de ensino satisfatória. Segundo o Ministério, todos os cursos a seguir, coincidentemente foram avaliados com nota 3.

Mas será que devemos nos basear numa mera nota para escolher a instituição em que estudaremos? A seguir, veremos o que os alunos Vinícius Ribeiro Machado (19), estudante de design da UFRJ; Nilo Marques de Jesus (20), estudante de geografia da UFJF, Ana Carolina Constâncio Trindade (18), estudante de engenharia da UCP; Carolina de Menezes Rabello (19), estudante de enfermagem da FASE e Isabella Amaral Spangenberg (20), estudante de jornalismo da Estácio de Sá, pensam sobre a qualidade de seus cursos e o corpo docente, além dos custos, qual foi o motivo da escolha de suas faculdades e os problemas das mesmas.

O que levou o estudante Vinicius a escolher a UFRJ foi por ser uma instituição bem conceituada e o fato de muitas pessoas lá graduadas terem se tornado grandes nomes, tanto no mercado quanto no meio acadêmico. Quanto aos custos, ele acha que o preço gasto é mais ou menos o mesmo se a pessoa mora perto da faculdade, ou se desce e sobe a serra todos os dias, como ele, que gasta em média R$ 600,00 por mês. Quanto à qualidade do curso, Vinicius diz que os professores são excelentes, sendo que uns são muito bem conceituados no mercado e outros, estritamente acadêmicos, com doutorado no exterior, mas que o grande diferencial são os alunos. “Às vezes aprendo mais numa conversa do que numa aula”, diz.

Como nem tudo é perfeito, ele diz que os principais problemas em seu curso são dois: a infra-estrutura e desorganização. “Falta material, mesa, cadeira, projetor de slides; as oficinas estão inativas, os andares (do prédio onde estudo) são feios e algumas salas estão realmente caídas (quase literalmente). A desorganização é em relação a horário, inscrição em matéria e falta de professor. A má-administração é o câncer do meu curso, acaba sobrando para os alunos”, completa.

Já o que levou o estudante Nilo a escolher a UFJF foi o custo de vida e a baixa criminalidade em Juiz de Fora. Ele mora perto da faculdade e gasta em média R$ 650,00 com material para a faculdade (xerox), comida, transporte e lazer. Quanto à qualidade do ensino em seu curso, ele diz: “A UFJF no nível superior é uma das melhores do país, porém meu curso (Geografia), não é um dos melhores do país. Falta incentivo às pesquisas e até as aulas, por parte da faculdade, que não fornece todos os equipamentos necessários, e professores, que não ajudam e incentivam os alunos a pesquisar”. Ele ainda complementa dizendo que não está satisfeito com a sua faculdade, pois segundo ele, esta não orienta os estudantes e nem os acompanham nas pesquisas, além de promover a disputa nas monitorias e também pelo fato do curso ter sessenta anos e não possuir uma especialização.

Além de complementar dizendo que a faculdade tem uma boa estrutura física e manutenção, Nilo diz que um dos maiores problemas de seu curso é a intransigência por parte dos professores, uma vez que eles não escutam a demanda de quem eles educam, e vai ainda mais longe ao dizer: “Os professores não tem clareza pedagógica; não são capazes de entender o desenvolvimento dos estudantes e promover o desenvolvimento de suas ideias, levando em conta que isto é um caminho dialético onde professor e estudante aprendem. A questão do tempo para a formação do profissional, visto que com a mercantilização do ensino, cada vez mais o tempo para se formar diminui, quando não é precarizado por um ensino a distância que concorre com sua formação”.

Quanto às estudantes de faculdades privadas, as opiniões divergem um pouco, mas há também alguns descontentamentos. Ana Carolina, por exemplo, escolheu a UCP por ser a única universidade a oferecer o curso em sua cidade. A mensalidade é de R$ 976,80, mas como sua mãe é funcionária pública, ela tem 30% de desconto. Ana acha o ensino de sua faculdade muito bom, mas diz que o maior problema de seu curso são os professores. “Alguns professores dão aula em um determinado nível e a prova em outro completamente diferente, e alguns professores faltam muito também”, afirma. Tirando a sua decepção com alguns professores, Ana está satisfeita com seu curso e, segundo ela, as instalações para engenharia são ótimas e a faculdade oferece muitas oportunidades de estágio para os estudantes, principalmente a partir do 4º período.

Já as estudantes Carolina e Isabella tem opiniões bem divergentes quanto às suas faculdades. Carolina está muito satisfeita com sua escolha, mas diz que o maior problema de seu curso é a carga horária. “O maior problema é a pouca carga horária de algumas matérias que são muito complexas e que deveriam ter uma maior carga”, diz. Já Isabella não está satisfeita e só permanece em sua faculdade porque não há outra alternativa. “Não estou satisfeita, mas no momento não há outra opção. Gostaria de fazer federal, por não pagar nada e ter um bom nome, além de ser em outra cidade”, desabafa.

Podemos perceber que independente das notas atribuídas pelo MEC e do fato da instituição ser pública ou privada, todas as universidades possuem seus problemas e suas vantagens. Cabe a cada um pensar o que é melhor e mais rentável para si na hora de escolher aonde vai passar os próximos anos de sua vida, ou, no caso daqueles que já ingressaram na universidade, pensar se vale a pena continuar.

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.

2 Comentários

  1. Muito boa a matéria pra quem ainda não sabe direito que tipo de faculdade escolher, cada uma tem seus prós e contras né!
    bjs

  2. Parabéns!!

    O portal Acontece em Petrópolis ficou muito legal!

    Um abraço para Nathália e para a equipe do portal.

    Rodolfo
    Leopoldina (MG).

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