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Entrevistas

Leitura de Paulo Betti emociona petropolitanos

 

Paulo Betti deu emoção ao texto kafkiano (Foto: Nathália Pandeló)

Franz Kafka, renomado escritor tcheco, autor de obras primas da literatura – “A Metamorfose” e “O Processo” entre elas – tinha um conturbado relacionamento com o tirano pai. Sem coragem para confrontá-lo, o escritor expressou seu descontentamento da melhor forma que conhecia: escrevendo. A carta jamais foi entregue. Publicada hoje em forma de livro, a missiva convida a uma reflexão sobre relacionamentos entre pais e filhos.

O teor reflexivo do texto foi o que motivou o ator Paulo Betti a escolhê-lo para ler aos petropolitanos. Através de uma parceria entre o Sesc e a Casa da Gávea, projeto do qual Betti é um dos administradores, o convite trouxe o ator de volta a Petrópolis, onde encenou, no último sábado, a peça “A Tartaruga de Darwin”. Ambos os eventos fizeram parte da programação do Festival de Inverno Sesc Rio.

Apesar do frio, a leitura do texto conseguiu tirar os petropolitanos de casa, que quase lotaram a torre do Palácio Quitandinha. Acessível e simpático, Paulo Betti leu, por aproximadamente uma hora, o desabafo de Kafka, conferindo às palavras do escritor uma inegável carga de emoção. Em seguida, trocou ideias e percepções com o público sobre o tema, além de contar um pouco sobre seu próximo projeto no teatro. Fã confesso de Tolstoi, Machado de Assis, Guimarães Rosa e Lima Barreto, ressaltou ainda a importância da leitura para a formação cultural.

Em conversa exclusiva com o Acontece em Petrópolis, Betti revelou que a obra de Kafka não foi escolhida ao acaso. “A princípio, queria algo que pudesse ler sozinho, pois seria mais prático. Mas também queria um texto de uma certa densidade, que não fosse facilmente digerido. Além disso, é um autor que gosto muito, e a ‘Carta’ já havia me tocado”, conta.

Para o ator, pai de três filhos, o texto não perdeu sua relevância. “É uma criança que sofreu tanto no relacionamento com o pai, que pode nos levar a pensar que está distante da gente. Mas ao mesmo tempo, nos leva a tentar ver com mais atenção que coisas semelhantes podem estar acontecendo”, reflete.

Em um momento de descontração após a leitura, Betti brincou que poderia ter escolhido algo menos “aborrecido”. Visivelmente imersos no texto, nisso – e apenas nisso – os presentes discordaram.

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