Série ‘Tribos’: MPB

A pacata cidade de Petrópolis não é só belos pontos turísticos e confortáveis pousadas. Embora muitos não saibam, a cidade oferece várias atividades culturais, inclusive bons shows de vários gêneros musicais como rock, música eletrônica, forró, e claro, MPB.

O gênero surgiu em 1966, e desde então artistas como Chico Buarque e Gilberto Gil estão presentes nos lares de toda família brasileira. Quem nunca se pegou cantando uma música de Elis Regina, Djavan ou Caetano Veloso? Não precisa ser fã incondicional do gênero para apreciar boas letras e um ritmo gostoso que lhe é tão característico.

Não é necessário se deslocar até o Rio de Janeiro para curtir bons músicos de MPB. Nossa cidade oferece alguns lugares aconchegantes, com boa comida e música ao vivo. É o caso do Armazém 646 e o CEAC no Valparaíso, o Coiote, o Nucrepe, o Faustino, o Don Bistrô e o Aliff, em Itaipava.

Além dos lugares citados, que contratam regularmente grupos de MPB, há contratos com a prefeitura para apresentações em eventos municipais e no projeto Som e Cristal. Em muitas praças e bairros, acontecem rodas de choro com o grupo Taruíra, onde a cada mês é escolhido um bairro diferente para a apresentação do grupo. Há também o Espaço Sandra’s (Av. Tiradentes, 70), onde o grupo Tribo de Gonzaga se apresenta todos os domingos. Na rua Quissamã, o Estúdio S tem uma novidade: o “Sambas de Quinta”. A entrada custa apenas 5 reais e acontece toda quinta-feira a partir das oito e meia da noite.

Para falar um pouco mais do gênero e de seus trabalhos, o Acontece em Petrópolis conversou com Anderson Maia, baterista e percussionista, e com a Letícia Azevedo, que vão falar um pouco sobre seus trabalhos com a MPB.

Você tem ou já teve algum grupo de MPB?

Anderson: Sim, já participei de vários grupos. Entre eles, um que gostaria de destacar foi o “Badulaque Shampoo”. Atualmente faço parte do projeto “Sambas de Quinta”, que vale muito a pena conhecer. Sou baterista integrante do “Jassambô”, que é um grupo muito bacana de MPB e bossa, com forte influência dos afro-sambas e do jazz. O “Jassambô” tem atuado muito pela região dos lagos, mas fará algumas apresentações durante esse mês em Petrópolis.

Letícia: Eu canto samba aqui em Petrópolis desde 2008, quando comecei com o grupo Receita de Samba. Em seguida cantei com o Grupo Saracoteio e com a Orquestra Rabo de Foguete. Atualmente assumi meu nome, Letícia Azevedo, diante dos projetos nos quais venho trabalhando.

MPB é um estilo que agrada a todas as idades, ou tem uma faixa etária mais definida, como por exemplo, pessoas mais adultas?

Anderson: Ao meu ver agrada todas as idades sim. Tendo em vista que sambas, bossas, forrós e todos os demais ritmos do Brasil se enquadram na MPB… Sim, agrada muito!

Letícia: Os adultos costumam gostar mais de MPB, jazz, ou outros que eles chamam “música de qualidade”. Os mais jovens costumam passar por uma “fase rock n’ roll” antes de se encantar por outros estilos, mas como Petrópolis é uma cidade de grande cultura musical, acaba que o público é sempre bastante variado.

Petrópolis tem espaço para músicos de MPB?

Anderson: Depende do que se entende por “espaço para músicos”. Em geral, as casas noturnas da cidade não pagam bem, não fornecem uma estrutura decente, algumas nem sabem o que é estrutura. Acho que até certo ponto, tem bastante trabalho, mas não há muito estímulo. Eu, por exemplo, quase não toco mais em Petrópolis.

Letícia: Espaço específico para isso, não. Mas nós músicos sempre buscamos unir nossas forças como movimento musical, para não deixar morrer este ideal. O espaço existe como demanda e ideologia.

Para todos que gostam de MPB e querem ouvir novas músicas de qualidade, conheça o trabalho deles, acessando:

http://www.myspace.com/andersonmaia

http://www.myspace.com/saracoteio