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Cultura & LazerEspeciais

Série ‘Tribos’: Forró

O músico Ronny: o balanço do forró (Foto: Divulgação)

Poucos ritmos ou estilos musicais ganharam tanto espaço e adeptos nos últimos anos quanto o forró. Em todos os cantos do país, a dança tipicamente brasileira aliada à música contagiante leva um público cada vez mais expressivo aos já populares bailes.

Em Petrópolis não poderia ser diferente. Para as pessoas interessadas em aproveitar a noite dançando forró, todo os finais de semana no musical Euterpe, Serra show e no sapê de Secretário há shows ao vivo  e diversão garantida.

Em entrevista exclusiva ao Acontece em  Petrópolis, o músico Ronny conta a sua trajetória com o estilo musical na cidade, onde pessoas de diferentes classes sociais e faixa etária aproveitam o embalo da dança para se divertirem.

“O forró veio crescendo na nossa região e vi uma boa oportunidade para mostrar meu trabalho, dando uma estilizada, pegando músicas com outros ritmos e adaptando ao estilo do forró. Já estou nesse ramo há mais de oito anos e vejo que cada vez mais o público se envolve e dá respostas positivas ao que venho desenvolvendo nos shows”, afirma o cantor.

Seguir as novas tendências musicais e dar ao público o que ele deseja vem sendo uma das grandes preocupações dos músicos, uma vez que o que eles esperam é a novidade e a diversão garantida durante os eventos.

“Vou adaptando as músicas que estão fazendo sucesso no momento com o gosto do público. Na verdade, toco rock, músicas dos anos 60, mas a presença do forró nos shows com o público é mais envolvente, você consegue ver o calor do ritmo se mostrar nos passos da dança, o que faz com que todos entrem na dança e aproveitem o momento para dançar”, comenta Ronny.

O forró era visto como “dança de velhos”, o que vem mudando com o passar do tempo. Jovens de diferentes cidades brasileiras passaram a frequentar bailes e festas, atraídos pelo ritmo que até pouco tempo atrás sofria grande preconceito.

“Gosto de dançar forró e não tenho vergonha de dizer isso na minha roda de amigos. Me sinto livre quando estou dançando e me divirto muito. A verdade é que essa é uma nova tendência musical no meio jovem, uma vez que você vê músicas como do Mc Leozinho, entre outros ícones do funk,  serem tocadas no estilo do forró. A gente pode dançar sem ser vulgar, isso é muito legal”, afirma a estudante Mariana de Oliveira, de 16 anos.

A música que tem entre suas influências ritmos tão diversos, só poderia mesmo originar uma dança que não deixa ninguém parado.  O gênero se espalhou por todo o país e hoje é quase uma paixão nacional.

Conheça o ritmo

O nome forró inicialmente significava apenas a festa dançante e o local onde acontecia. Só mais tarde passou a ser também um gênero musical e de dança que engloba diversas variações. O  historiador Câmara Cascudo apoia a versão de que a palavra forró é derivada do termo africano forrobodó, uma festa que foi transformada em gênero musical, tal seu fascínio sobre as pessoas. Na etimologia popular é frequente associar a origem da palavra “forró” à expressão da língua inglesa for all (para todos). Para essa versão foi construída uma  história: no início do século XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passaria a ser pronunciado “forró” pelos nordestinos.

A dança do forró tem influência direta das danças de salão européias, como evidencia nossa história de colonização e invasões européias, e com o passar do tempo adquiriu o balançar dos quadris dos africanos. O forró é dançado ao som de vários ritmos brasileiros tipicamente nordestinos, entre os quais destacam-se: o xote, o baião, o xaxado, a marcha (estilo tradicionalmente adotado em quadrilhas) e coco. Outros estilos de forró são o forró universitário, uma revisitação do forró tradicional (conhecido como forró pé-de-serra) e o forró eletrônico ou estilizado (que, para alguns, não é considerado forró).

A partir de meados da década de 80, com a saturação do forró tradicional, surgiu no Céará um novo meio de fazer forró,com a introdução de instrumentos eletrônicos (tais baixo, guitarra e bateria ). As letras também passaram por transformações e deixaram de ter como o foco a seca e sofrimento dos nordestinos, passando a abordar conteúdos que atraíam os jovens.

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