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História

Petrópolis, o lar dos poetas

“A poesia me deu um mundo novo, com muito mais vida, vidas reais em suas essências, chegamos perto das almas, a poesia me trouxe cor. Traduzindo em apenas uma palavra para poesia eu diria que ela na minha vida representa os óculos da minha alma”, esse é o significado da poesia para o estudante de publicidade Alexandre Seabra (26). Seu poeta preferido é Vinícius de Moraes e pode ser que o seu, caro leitor, também seja. Mas pode ser também que seja Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana ou até mesmo Cecília Meireles, não importa. Hoje, vocês amantes ou não da poesia, vão conhecer poetas locais e outros que escolheram a nossa cidade para viver.

Lucila Godoy Alcayaga, mais conhecida por seu pseudônimo Gabriela Mistral, foi a primeira escritora latino-americana a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, em 1945. A escritora chilena foi cônsul no Brasil nos anos 40 e viveu na nossa cidade. O período de sua estada foi marcado pelo suicídio de seu sobrinho, Juan Miguel Godoy a quem chamava de filho e também foi aqui que a escritora recebeu a notícia de que havia sido laureada com o prêmio.

Depois de viajar pela América do Sul, a norte-americana Elizabeth Bishop veio para o Brasil pretendendo ficar durante duas semanas, mas sua estada se estendeu por quase vinte anos devido a seu amor pela paisagista brasileira Maria Carlota Costallat de Macedo Soares, mais conhecida como Lota. Juntas as duas vieram morar em Petrópolis, no sítio da Alcobaça (bairro da Samambaia), numa casa construída a partir de uma ideia da própria Lota. A residência ganhou um prêmio de arquitetura em 1954 e era um dos refúgios da autora no país.

Já o membro da Academia Brasileira de Letras empossado em 1935, Alceu Amoroso Lima nasceu na cidade e foi um fervoroso defensor dos direitos civis durante a ditadura. O crítico literário adotou o pseudônimo Tristão de Ataíde e converteu-se ao catolicismo, tornando-se um dos mais importantes paladinos da Igreja Católica no país.

Outra figura importante da última fase do simbolismo e uma das mais notáveis do soneto brasileiro, também nasceu e morreu aqui. Raul de Leoni conquistou fama com “Ode a um poeta morto” e depois de sua morte, foi sepultado à sombra do Cruzeiro das Almas, um mausoléu foi erguido e seu nome foi dado a um trecho da Rua Sete de Setembro.

Luiz Cavalcanti Filho, Reynaldo Chaves, Salomão Jorge, Carlos Maul, Aládia Anacleto e tantos outros poetas da Academia Petropolitana de Letras; Manoel Rossi, Manuel Bandeira, Fagundes Varella e muitos outros nomes passaram por nossa cidade e aqui deixaram um pedaço de si, pois afinal Petrópolis possui cultura e fibra de homens (e nesse caso, mulheres também) de outras nações.

Para finalizar, fiquem com um poema de Manuel Bandeira, escrito na cidade, em 1921:

Noite Morta

Noite morta.
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.

Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbado.

No entanto há seguramente por ela uma procissão
[de sombras.
Sombras de toos os que passaram.
Os que ainda vivem e os que já morreram.

O córrego chora.
A voz da noite…

(Não desta noite, mas de outra maior.)

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