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Série Brejal: Contexto histórico e curiosidades

 

Igreja Nossa Senhora Auxiliadora no Centro do Brejal./ Foto: Aline Rickly

O Brejal é uma pequena área de extensão rural, localizada na Posse, quinto distrito de Petrópolis. Conhecido por seu clima ameno e por belezas naturais incomparáveis, o local se encontra a 50 minutos do centro da cidade.

O lugar é dividido em duas localidades sendo elas: Albertos e Jurity. Sua história, assim como seu desenvolvimento, estão intimamente ligados à história de Petrópolis e da Posse, a partir do séc. XIX.

Em 1860, foi inaugurada a Estrada União e Indústria por D. Pedro II, que liga até hoje o Rio de janeiro à Juiz de Fora, em Minas Gerais.

Conta-se que da região do Brejal era extraída a madeira de capoeiras e matas virgens da região que servia para alimentar as caldeiras dos trens, inclusive a estação de trem que passava pela Posse e foi a maior escoadora da zona cafeeira de São José do Vale do Rio Preto.

As primeiras famílias que habitaram o Brejal foram os Ferreira Bastos, os Gonçalves, os Carvalhos e os Lima que ao longo do tempo foram criando uma nova geração na região e gerando o povoamento do local.

Em 1918, o Sr. Antônio Francisco de Souza vendeu para o Sr. Avelino de Carvalho Bastos parte do Brejal pelo preço de seis contos de réis (Unidade Monetária utilizada na época), uma data (pedaço) de terra com 40 alqueires mineiros que se limitava com a Fazenda da Posse pertencente ao Dr. José de Morais Rattes.

Ainda sobre a ocupação do local, houve a participação de figuras famosas que ajudaram a formar a comunidade regional. O coronel Jesuíno Carlos de Albuquerque e Antônio Ferraz faz parte deste grupo, sendo os responsáveis pela construção da Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, que fica no centro do Brejal.

A estrada foi asfaltada em 2002 facilitando a vida dos moradores./ Foto: Aline Rickly
A estrada foi asfaltada em 2002 facilitando a vida dos moradores./ Foto: Aline Rickly

 

Já em 1941, o Dr. Arnaldo Dyckerhoff e Josef Miklos (engenheiro agrônomo casado com uma princesa russa) acabaram se apaixonando pelo local e adquirindo terras no Brejal, onde se tornaram um dos maiores produtores de ovos de galinha da região.
Entre 1945 e 1946, foi a vez do Senhor Adaucto Góes de Campos Barros adquirir as terras do coronel Jesuíno Albuquerque, terras que posteriormente passaram a fazer parte da Fazenda Pirajú (umas das mais antigas e conhecidas da região) com 57 alqueires. Em suas terras, Adaucto começou a plantar frutas européias como a maçã, a uva, pêra, figo, além de flores, como as rosas, onde chegou a ser premiado com medalhas na Exposição de Flores e Frutos do Hotel Quitandinha, em Petrópolis.

Ainda neste período, Ernani do Amaral Peixoto, Governador do Estado do Rio de Janeiro e genro do então Presidente da República Getúlio Vargas, se rendeu aos encantos da região e comprou as terras do Avelino Bastos, terras estas remanescentes de uma das mais antigas Sesmarias que fizeram parte de São José do Vale do Rio Preto (cidade que faz divisa com o quinto distrito de Petrópolis: Posse) que hoje é chamada de “Fazenda Cafundó”, apelido dado pelo próprio Vargas. O ex presidente considerava o Brejal “o cafundó dos Judas” e usava a fazenda para se refugiar em suas vindas ao Palácio Rio Negro, em Petrópolis.

A região é conhecida pelas suas produções e criações./ Foto: Aline Rickly

Ao longo do tempo as atividades agro rurais foram se aperfeiçoando, sendo desenvolvidas e diversificadas. A criação de aves, porcos, peixes, cavalos e cabras fazem parte das atividades exercidas pelas fazendas locais. A plantação de hortaliças também foi incorporada a gama de produção da região, tornando o Brejal o maior fornecedor de produtor horti-fruti-granjeiros do município de Petrópolis, incluindo também a produção de orgânicos.

Em 2002 chegou o asfalto das estradas na região, que facilitou a vida dos moradores e também a implantação de projetos turísticos na região.
Atualmente, a população de cerca de dois mil habitantes cuidam de maneira surpreendente da grande extensão de área verde, há também a preocupação com a preservação da flora e fauna.

“Na época, luz não havia, o que clareava eram as velas e os lampiões, a comida era feita no fogão à lenha”

Manuel de Jesus Carvalho, de 79 anos é nascido e criado no local, lá ele vive de um armazém que foi criado ainda por seu avô, Avelino de Carvalho, passou para o pai e hoje está sob responsabilidade dele. Avelino foi quem abriu a estrada que antes era feita de trilhos onde só era possível passar a cavalo.  “Meu avô, Avelino de Carvalho, veio de Portugal para o Brasil aos 12 anos de idade. A família veio em busca do ouro e acabou aqui no Brejal”, conta Manuel.

“Na época, luz não havia, o que clareava eram as velas e os lampiões, a comida era feita no fogão à lenha. Quando era mais moço, meu avô era polícia, mas todo mundo aqui andava armado”, recorda Manuel.

Adão Firmino Santana é produtor rural, nasceu no Brejal e vive até hoje na região. Ele lembra que até pouco tempo a estrada era de barro, não tinha ônibus. “Aqui nós andávamos de bicicleta ou a pé. As condições, depois que asfaltaram parte da rua, melhoraram muito”, comenta.

 

 

5 Comentários

  1. Sou morador do Brejal há 12 anos: troquei pelo Rio de Janeiro e não me arrependo.
    Adorei conhecer um pouco da história do Brejal.

  2. Que Maravilha, tenho casa lá , e ha 12 anos também desfruto do ar puro das belezas e da simplicidade daquele povo.

    Parabéns Brejal.

  3. Em agosto fazem 39 anos que estamos no Brejal e cada vez gostamos mais da nossa região. Há mais de 35 anos nos dedicamos ao cultivo de ervas condimentares. Agora estamos tentando diversificar para o turismo. Já temos uma Pousada com 6 chalés e dentro de 90 dias, teremos mais 3. O restaurante funciona para o público todos os sábados, das 12 às 17 horas e sempre que tiver que tiver hóspedes na Pousada.Como acreditamos no potencial do Brejal, contiunuamos investindo, apostando no futuro. Se não der para nós, dará para os nossos 5 filhos.
    Ficaremos agradecidos a quem ajudar a divulgar o Brejal e o nosso negócio
    Maria Lucia e Joaquim Nabuco

  4. Acabo de descobrir familia de Avelino Carvalho, que ainda se lembram das cartas escritas por avelino, para celorico de Basto, lindo recordar, recordar é viver alguém dizia.

  5. FICO MUITO FELIZ POR SABER DE TUDO ISTO POS FUI CRIADA NO BREJAL E NAO CONHECIA A ESTORIA DESTE LUGAR TAO ESPECIAL AMO O BREJAL E TODA A RIQUEZA Q DEUS POS NAQUELE LUGAR UM DIA CREIO Q DEUS ME DARA CONDIÇAO DE COMPRAR UMA CASINHA E VOLTAR PARA MINHA TERRA EU CREIO BEIJOS A TODOS

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