Publicidade Concer: Passarelas
Publicidade Concer: Passarelas
História

[Coluna] Amores da época do Império

Dom Pedro I ficou conhecido por ter uma vida amorosa, digamos, que, bem movimentada, mas seu filho, embora fosse mais discreto, também teve suas aventuras.

Há quem diga que Dom Pedro II chorou e cogitou pedir a anulação de seu casamento ao ver sua futura esposa, a princesa Teresa Cristina de Bourbon – Duas Sicílias, que pelas fotos parecia ser tão bonita, mas que, ao vivo, era manca, feia e de baixa estatura.

“Antes das núpcias, fora enviado ao Imperador um retrato da noiva nos feitios da Gioconda com o Vesúvio ao fundo. O pintor conseguiu fazer com que o retrato da futura imperatriz ficasse um primor de beleza. Na verdade se dizia que fisicamente ela não era assim tão dotada. (…) A 3 de setembro, a fragata chegou na baía de Guanabara, antes do desembarque que só aconteceu no dia seguinte, o Imperador foi a bordo para conhecer a linda esposa. Houve um momento de embaraço entre os dois e Teresa Cristina teve uma leve sensação de ter desiludido o marido. Retirou-se para o seu camarim e desabafou-se com sua dama de companhia, chorando copiosamente. Outras fontes afirmam ter sido o Imperador quem se afastou para chorar.” (MUNNO, Amina. Influências italianas em alguns contos de Machado de Assis: umas traduções, Revista ORIUNDI, Sábado – 06/09/2008).

Alguns cronistas relatam que o casamento só teria se consumado um ano depois e que o Imperador só não remeteu a esposa de volta à sua terra natal, graças à intervenção de D. Mariana Carlota de Verna Magalhães, Condessa de Belmonte e ama do jovem monarca.

Mesmo assim, Dom Pedro II e Teresa Cristina tiveram um casamento harmônico.

Dom Pedro II teve seus casos extraconjugais e chegou a se relacionar com a Condessa de Villeneuve, Madame La Tour e Eponina Octaviano, mas sua grande paixão ele conheceu aos 31 anos, quando encontrou Luisa Margarida de Portugal e Barros, a Condessa de Barral e Pedra Branca.

Condessa de Barral
Condessa de Barral

Ele se encantou por sua beleza rara. Ela era magra, educada, elegante e se vestia seguindo a moda francesa. O que começou como uma admiração, se transformou em paixão e, assim, o casal começou a se encontrar às escondidas aqui em Petrópolis, onde a Condessa havia alugado um chalé. Os cônjuges de ambos jamais se pronunciaram sobre o caso dos dois.

A Condessa era a pessoa incumbida de acompanhar e orientar a educação das filhas do Imperador, por isso, após o casamento das princesas, Luisa voltou para a Europa, iniciando uma troca de correspondências com seu amado. Com a proclamação da República, a família Imperial se exilou na França e assim o casal de amantes pôde se reencontrar, ficando ainda mais próximos.

Dom Pedro II era romântico e costumava colher flores todos os dias e as deixava na porta do quarto dela. Ele chegou até a escrever uma poesia dizendo que nada iria separá-los.

Luisa faleceu e quase dois anos depois, foi a vez de Dom Pedro II cujas últimas palavras foram dedicadas ao país que ele tanto amou – “Nunca me esqueci do Brasil. Morro pensando nele. Que Deus o proteja”.

 

 

 

Foto: Arquivo histórico digitalizado do Museu Imperial/Ibram/MinC

Botão Voltar ao topo
error: Favor não reproduzir o conteúdo do AeP sem autorização ([email protected]).