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Hoje é dia dos nossos bons velhinhos

Dia 26 de julho é dia de abraçar e beijar aquelas pessoas que nos compram doces e preparam aquela comida especial sempre que vamos visitá-los. Sim, estou falando de nossos avós.

A comemoração acontece nesta data por ser o dia de São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria e avós de Jesus Cristo. Segundo a história, o casal já de idade avançada não tinha filhos, embora rezassem sempre para que isso acontecesse. Até que um dia suas preces foram atendidas e um anjo comunicou a Ana que ela estava grávida. A criança foi chamada de Maria. Ana morreu quando a menina tinha apenas três anos, por isso ela é considerada a padroeira das mulheres grávidas e dos que desejam ter filhos. São Joaquim e Santa Ana são os padroeiros dos avôs e avós.

Todo avô e avó gostam da companhia de seus netos e por isso, muitas vezes acabam os levando para programas que não são próprios para sua idade, como aconteceu com a estudante de engenharia Ana Carolina Trindade (19) que quando era criança, seus avós paternos a levaram para um baile – “Quando cheguei lá, percebi que só tinham pessoas da idade deles dançando, e foi aí que eu percebi que era um baile da terceira idade. Não foi tão ruim porque tinha sorvete, no entanto um senhor com mais de sessenta anos me chamou para dançar, e eu recusei”. Como uma boa neta, Ana também já foi muitas vezes no bingo com sua avó, além de ter viajado com ela numa excursão só para pessoas mais idosas.

É por essas e por outras razões, que o Acontece em Petrópolis gostaria de desejar a todos os avôs e avós que nos lêem (e também aos avós de nossos leitores) um ótimo dia. Para homenageá-los, abaixo segue um texto de Raquel de Queiroz sobre essas pessoas tão especiais em nossas vidas:

A arte de ser avó – Raquel de Queiroz

Um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou parto,
o doutor lhe põe nos braços uma criança. Completamente grátis – nisto é que está a maravilha. Sem dores, sem choro, aquela criancinha da sua raça, da qual morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida.

No entanto – no entanto! – nem tudo são flores no caminho da avó.

Há acima de tudo, o entrave maior, a grande rival: a mãe. Não importa que ela em si, seja sua filha. Não deixa por isso de ser a mãe. Não importa que ela ensine à criança a lhe dar beijos e a lhe chamar de “vovozinha” e lhe conte que de noite, às vezes, ela de repente acorda e pergunta por você. São lisonjas, nada mais.

Rigorosamente, nas suas posições respectivas, a mãe e a avó representam, em relação ao neto, papéis muito semelhantes ao da esposa e da amante nos triângulos conjugais. A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe de comer, dá-lhe banho, veste-o. Embala-o de noite. Contra si tem a fadiga, a rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.

Já a avó não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto. Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas programadas, leva a passear, “não ralha nunca”, deixa se lambuzar de pirulito. Não tem a menor pretensão pedagógica.

Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô que se quebrou porque ele – involuntariamente! – bateu com a bola nele. Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beiço pronto para o choro; e depois o sorriso malandro e aliviado porque ninguém zangou, o culpado foi a bola mesmo, não foi, vó?

Era um simples boneco que custou caro.

Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague!

 

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