O teatro do Sesc Quitandinha foi palco do show de Nana Caymmi, na última sexta (22), como parte do Festival de Inverno. A cantora desfilou um repertório com as principais canções dos seus cinquenta anos de carreira.
Diante de uma plateia superlotada e apaixonada, a carioca – que é filha do famoso compositor baiano Dorival Caimmy e mora em Minas – usou e abusou de sua voz potente na interpretação emocionante de clássicos de seu pai, como “Marina Morena” e “João Valentão”, além de passar por Dolores Duran e Tom Jobim, entre outros. A cada canção de Tom, ela declarava sua admiração por esse que é considerado um dos maiores compositores de todo o mundo. “É uma maravilha saber que nesse país existe um Antônio Carlos Jobim. Pena que morreu tão cedo”, refletiu Nana.
A cantora se disse feliz por ver a cidade bem. “Faz muito tempo que não venho a Petrópolis e a Friburgo. São cidades tão sofridas, mas que estão vivas”, afirmou. Além das declarações, os 90 minutos de show foram temperados por um festival de reclamações: disse que, por causa do frio, não moraria em Petrópolis, a qual chamou carinhosamente (ou não) de cidade do “fog” (fog, em inglês, significa neblina); afirmou que é um absurdo não haver um ar condicionado em um teatro como aquele; resmungou em relação à luz, ao eco, etc.
No entanto, nada disso parecia perturbar o bom humor dos quase 1100 presentes à apresentação. A plateia, composta de jovens adultos a idosos, acompanhou a grande voz de Nana nas canções mais famosas e se divertia com os comentários da cantora.
Para encerrar com chave de ouro a noite, Caymmi convidou suas netas ao palco para cantarem – Nana, pela segunda vez – “Marina Morena”, em um momento emocionante do show. O público aplaudiu de pé e pareceu ter ficado satisfeito com o espetáculo. Demorou, mas pediu bis, quando boa parte dos presentes já se direcionava para as saídas. Talvez numa próxima oportunidade.
