Publicidade Concer: Resposta às chuvas em Petrópolis
Publicidade Concer: Resposta às chuvas em Petrópolis
Agenda culturalEntrevistasTeatro

“Buk na Rua – Teatro Noturno para adultos insones” se apresenta em Petrópolis

A peça “Buk na rua – Teatro noturno para adultos insones” acontece neste final de semana, nos dias 21 e 22, na Praça D. Pedro, às 21h.

Em uma entrevista exclusiva para o Acontece em Petrópolis, Fernando Maatz, diretor da peça, conta sobre como surgiu a ideia de fazer um teatro na rua e à noite, sobre um escritor underground como Charles Bukowski, o “velho safado”.

Um dos diferenciais da peça é o fato dela ser interpretada ao ar livre e a escolha do local segue o seguinte critério: “A lógica é encontrar um lugar que tenha um bar perto” – diz o diretor – “A gente interpreta em lugares boêmios porque o Bukowski retrata o mundo da noite e da bebedeira”, completa. As pessoas que estão nos bares são convidadas a assistir a peça e a continuarem bebendo, porque “o princípio da peça é esse mesmo”, brinca.
O guitarrista Rodrigo Rua é quem faz a trilha sonora ao vivo, tendo a função de chamar a atenção para o que está para acontecer na história. Em caso de chuva, a peça não acontece.

No cenário há imagens de Charles Bukowski, então quem gosta do autor, já o identifica de longe. São interpretados 4 contos durante o espetáculo: “A mulher mais linda da cidade”, que conta a história sobre Cass, uma linda mulher que não tolera a própria beleza num mundo que se basta com as aparências; “Uma senhora ressaca” que fala de um alcoólatra convicto não se lembra do que fez na noite passada e é acusado de ter molestado uma criança; “Todo grande escritor” que é um dia na vida de Henry Mason, um editor que é obrigado a aturar os escritores malucos que não se conformam em não serem publicados e“Dei um tiro num cara lá em Reno” que é uma colagem de textos de Bukowski.

Maatz ressalta que é um teatro na rua e não um teatro de rua – “As pessoas tem a ideia de que o teatro na rua é mais alegre, mais divertido, que dialoga mais com a cultura popular.. . Nós, não. É um espetáculo rock n’ roll com um texto, que você tem que sentar e ver as histórias, senão também não adianta. A gente não seduz a plateia com esse negócio de ‘Hey, vamos ao teatro’. É uma peça de teatro com o conteúdo bem claro e é isso”.

A receptividade do público é boa, embora a peça exija um certo grau de concentração – “Embora aconteça na rua, a pessoa tem que estar interessada em ver. Quando o ambiente é propício, a gente acerta no lugar e o público que está lá é um público pré-disposto ao Bukowski, dá muito certo”. É complicado quando há crianças, pois na peça tem várias coisas que podem desagradar os mais sensíveis e muito palavrão – “Fica meio chato, porque o palavrão é apenas parte da jogada e quando tem criança por perto, cria-se uma importância a isso que nem é real”. Já alguns bêbados, em Curitiba, foram muito receptivos à peça – “No final os bêbados deram conhaque p/ gente de presente. A gente ficou com aquele conhaque babado dos bêbados da cidade”, relembra.

A Anti Cia de Teatro existe profissionalmente desde 2005 e no início, os espetáculos eram feitos na base do improviso, sem roteiro. Devido à demanda dos atores por textos e seu gosto por Bukowski, Fernando selecionou 30 textos do escritor para ler com os alunos. Daí surgiu a ideia de fazera peça na rua, à noite – “Quando veio essa necessidade do texto, eu já gostava do Bukowski e achei que tinha tudo a ver porque ele tem elementos grotescos, elementos de subversão e vários pontos que de alguma maneira a cia já tinha”, finaliza.

Serviço
Teatro gratuito
Local: Praça D. Pedro
Dias: 21 e 22 de outubro (sexta-feira e sábado)
Horário: 21h
Classificação: 16 anos

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
Botão Voltar ao topo
error: Favor não reproduzir o conteúdo do AeP sem autorização ([email protected]).