Ao se falar em Stephenie Meyer, é inevitável a associação a vampiros que brilham quando expostos à luz do sol, uma mocinha inexpressiva e um romance exacerbado. Porém, em “A Hospedeira”, a autora também se mostra habilidosa ao narrar um romance adulto, cuja temática gira em torno da dualidade de duas almas habitando o mesmo corpo.
Após muitas guerras e destruições, a Terra é invadida por alienígenas na forma de almas, que habitam os corpos humanos e transformam o planeta num lugar onde a fome e a violência foram erradicadas. Pregando uma sociedade pacífica, estas almas perseguem os humanos que ainda não foram dominados. É neste contexto que se encontra a protagonista Melanie Stryder (Saoirse Ronan), que decide se sacrificar para proteger seu irmão mais novo, Jamie (Chandler Canterbury), das mãos da Buscadora (Diane Kruger).
Melanie, então, recebe a alma de Peregrina, que a princípio tenta acessar suas memórias para tentar localizar o restante dos humanos, mas a consciência humana se mostra mais resistente à ocupação do que o esperado e, as duas almas passam a conviver no mesmo corpo.
Com o tempo, Peregrina vai se fascinando com as memórias de Melanie e passa a protegê-la da Buscadora, que deseja capturar seu irmão e seus amigos humanos.
Fugindo dos clichês de invasões alienígenas, cuja principal intenção costuma ser a exibição de efeitos grandiosos, o filme consegue captar a essência do livro que é justamente esse diálogo interno entre as duas almas que possuem vontades e pensamentos diferentes, mas são movidas pelo mesmo corpo, não deixando de ser uma boa metáfora para os sentimentos contraditórios que nós mesmos possuímos e não sabemos lidar.
“A Hospedeira” está em cartaz no Cinemaxx Mercado Estação, com sessões às 18h20 e às 20h50. A classificação é 12 anos.
http://www.youtube.com/watch?v=GE_APZ1BgD0
