Publicidade Concer: Resposta às chuvas em Petrópolis
Publicidade Concer: Resposta às chuvas em Petrópolis
Crônicas

Observações de uma petropolitana: andando de ônibus

Andar de ônibus em Petrópolis nos horários de pico desafia as leis da física, que diz que dois corpos não podem habitar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Se Newton dependesse de transporte público hoje em dia, acho que pensaria duas vezes antes de fazer tal afirmação.

Não bastasse a longa espera nos pontos de ônibus, onde um piscar de olhos multiplica mais gente que caminhão de comida quando tomba na estrada, quando você finalmente consegue entrar, você tem duas escolhas: ou fica na ponta do pé como uma bailarina e torce para que os corpos atrás de você e na sua frente te sirvam de apoio, ou tenta a sorte nos degraus do ônibus e torce para não ser arremessada para fora a cada parada.

Mas andar de ônibus não é de todo o ruim, porque você se torna uma pessoa mais estrategista. Por exemplo, quer desafio maior do que planejar como você vai passar por toda aquela gente, carregando bolsa e sacola pesada, para conseguir saltar na sua parada?

Você passa a valorizar coisas simples como o ar. Principalmente nos dias chuvosos quando ninguém é capaz de abrir uma fresta da janela que seja.

Você aprende a lutar pelo seu espaço. Literalmente.

Você se sente como parte de uma bonequinha russa tentando entender como cabe tanta gente num espaço tão pequeno.

E principalmente: você repensa seu sedentarismo e percebe que talvez andar alguns quilômetros não seja tão ruim assim….

As opiniões contidas não representam a opinião do site; a responsabilidade é do autor da publicação.

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.

2 Comentários

  1. Isso pq em Petrópolis vc leva pouco tempo no ônibus. No Rio de Janeiro vc leva pelo menos 1:30h.

  2. Eu, que sou mais antigo, lembro de um tempo em que o motorista parava o veículo e exclamava: “Um passinho à frente aí, por favor!” — Ninguém dava o tal passinho à frente, ele então dava a partida, e de repente metia o pé no freio, e todo o mundo ia de cambulhão para a frente. Naqueles tempos ninguém reclamava. Todo o mundo inda por cima fumava lá dentro!
    Mas o interessante é que outro dia, indo para Corrêas de ônibus, o que equivale a subir num trapézio de circo e ficar dando cabriolas lá em cima, ouvi o trocador bradar: “Um passinho ATRÁS aí, por favor!”, pois agora as portas de entrada mudaram de lugar. Além do controle do número de passageiros, deveria haver também o controle da velocidade dos veículos, pois o percurso para Corrêas é cheio de precipícios e isso um dia — Deus nos defenda! —pode ocasionar uma tragédia daquelas. Gente é gente, máquina é máquina, não se pode confiar cegamente em nenhum dos dois. Ambos podem falhar um dia!

Botão Voltar ao topo
error: Favor não reproduzir o conteúdo do AeP sem autorização ([email protected]).