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Crítica: Kick-Ass 2 (2013)

Desde Kick-Ass – Quebrando tudo que venho tentando entender do que se trata o filme. A sensação, quando se assiste, é de que algo muito errado, ou pelo menos estranho, está acontecendo. Ao fim, o que se percebe é, ao mesmo tempo, uma ausência e um excesso de marcas que, apesar disso, chega-nos como um entretenimento de altíssima qualidade. Fui assistir Kick-Ass 2 (2013) para tentar desvendar o que é que se passa, no entanto, algumas perguntas parecem ainda resistir.

Kick-Ass 2, de Jeff Wadlow, continua contando a história de Dave e Mindy (Aaron Taylor-Johnson e Chlöe Grace Moretz). Dessa vez, ambos resolvem se unir para lutar contra o mal, agora como Batman e Robin, no entanto uma promessa de Mindy faz com que ela precise se aposentar. Dave, então, entra para um grupo de super-heróis – que começaram na área por causa de Kick-Ass – e formam a Justice Forever, comandada por Coronel Estrelas (Jim Carrey). No entanto, o primeiro vilão do mundo, Red Mist, rebatizado como Motherf*cker (Christopher Mintz-Plasse) resolve acabar com a bondade da cidade, atacando principalmente os super-heróis.

Vou tentar mapear o filme em busca de esclarecer, até para mim, alguns pontos. A narrativa é baseada em filmes adolescentes, de super-herói, ao mesmo tempo em que traz um toque de literatura juvenil ou animação infantil. O roteiro flui como comédia romântica, a parte gráfica se utiliza da forma breve dos quadrinhos, de cenas formadas em blocos, para tentar acumular tensões em espaços. As personagens são construídas meio como figuras, semivazias, para que possam reproduzir por fragmentos em cada núcleo, embora escondam uma energia agregadora.

Nesse sentido, Mindy e Dave são colocados nesse pano de fundo e precisam atuar nele. De que forma? Realizando a difícil tarefa de todos os adolescentes de hoje em dia. Esta é a chave de aproximação da obra: a fugacidade e a baixa concentração, que se acumula e se dispersa rapidamente da juventude, é incorporada ao filme de modo que ele avance por várias frentes sem que nenhuma das forças prevaleça. Em um determinado momento, o filme cede à narrativa de história de super-heróis da vida real, mesmo porque é ela que, me parece, é a razão de ser da obra.

Ao incorporar a lógica da juventude atual, principalmente com os Iphones e Smartphones, ao lado de breves posts e vídeos do Twitter e o Youtube, o filme ganha uma densidade dispersa e uma seriedade nômade, que deambula e não chega a colar em nada. O produto final de Kick-Ass 2 é um completo panorama de uma juventude sem heróis, mas com grande potência para se tornar um, dentro da lógica do “faça você mesmo” – como é típico da internet, ao mesmo tempo em que “ressignifica” o cinema de jovens para jovens, tal como vejo que Escola de Rock tenha feito.

Se está cheio de defeitos é porque assim é nossa geração: meio perdida, meio mimada, meio confusa, mas repleta de potencialidades sendo acordadas a cada momento e, cada vez mais, prontas para sobreviver ao chamado “mundo real.”

O filme está em cartaz no Cinemaxx Mercado Estação, com sessões às 14h40 e 19h10. A classificação é 16 anos.

http://www.youtube.com/watch?v=FadLk0egtPs

luizLuiz Antonio Ribeiro é dramaturgo, letrista, crítico, poeta e flamenguista. É bacharel em Teoria do Teatro pela UNIRIO, onde atualmente é graduando do curso de Letras/Literaturas. É adepto da leitura, pesquisa, cinema, cerveja e ócio criativo. Desde 2011 é membro do grupo Teatro Voador Não Identificado. Facebook: http://www.facebook.com/ziul.ribeiro
Twitter: http://www.twitter.com/ziul

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