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Crítica: Elysium (2013)

Uma das poucas certezas que podemos ter nessa vida é de que há alguma coisa muito errada com o mundo. Toda a riqueza está nas mãos de poucos e toda a pobreza está na barriga de muitos. A sobrevivência é a palavra-chave para todos: os poderosos morrem de medo de serem mortos; e os frágeis e oprimidos tentam, pelas frestas, se manterem vivos. Elysium mostra que em nosso futuro, as coisas não serão muito diferentes.

Elysium (2013), de Neil Blomkamp, se passa em 2154, quando existem no mundo dois grupos: os ricos moradores de Elysium, uma cidade em um satélite ao redor da terra; e os pobres, moradores e habitantes de nosso tão devastado planeta. O sonho de todo morador da Terra é chegar até lá, onde todos são ricos e há, inclusive, uma máquina que cura todas as doenças. Max (Matt Damon) é um pobre trabalhador de fábrica, ex-delinquente, que, de repente, sofre um acidente em uma máquina e é exposto a radiação, ganhando uma sentença de morte. Assim, resolve procurar Spider (Wagner Moura), um dos líderes de uma gangue da Terra, para tentar chegar até Elysium e se curar. No entanto, a secretária Rhodes (Jodie Foster), que deveria cuidar da segurança do satélite, resolve reiniciar o sistema e aplicar uma espécie de golpe de Estado. É quando a história de Max e Rhodes se encontram.

Muito me impressionou a capacidade criativa de Blomkamp, capaz de criar, dentro de um universo tão batido de temáticas futuristas, uma variação tão grande de possibilidades, desde a elaboração do roteiro, chegando em sua aplicação prática – na fotografia, na direção e na composição visual em geral. A tecnologia, as armas, os corpos, as batalhas e as explosões são todas verossímeis e possíveis, assim o filme passa de uma ficção científica tradicional para um hiper-realismo de ficção científica de alta qualidade.

Destaque para a interpretação, mais uma vez, do genial Wagner Moura que mesmo falando inglês, traz para seus personagens um toque de loucura e inconsequência. Alice Braga, me parece, tem se firmado cada vez mais como atriz de Hollywood e não se vê mais qualquer distinção entre os já adaptados “famosos-celebridades” e sua imagem, absolutamente ajustada ao modelo daquele cinema. Damon, com um personagem que não lhe dá muitas possibilidades, passa todo o tempo brigando ou doente, sem ser capaz de criar um meio termo como um doente brigão.

Elysium é mais uma obra distópica de 2013, ano que parece colecionar filmes nesse gênero. Entretanto, é bastante diferente dos demais: tem alguma coisa de qualidade que ainda não sei o que é, que ainda não foi digerida e, portanto, deve ser vista e revista como um excelente entretenimento para um fim de semana. Recomendo.

O filme está em cartaz no Cine Bauhaus com sessões às 13h50, 16h e 18h20. A classificação é 16 anos.

 luizLuiz Antonio Ribeiro é dramaturgo, letrista, crítico, poeta e flamenguista. É bacharel em Teoria do Teatro pela UNIRIO, onde atualmente é graduando do curso de Letras/Literaturas. É adepto da leitura, pesquisa, cinema, cerveja e ócio criativo. Desde 2011 é membro do grupo Teatro Voador Não Identificado. Facebook: http://www.facebook.com/ziul.ribeiro
Twitter: http://www.twitter.com/ziul

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