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Crônicas

Petrópolis – nossa cidade, nossa história

Petrópolis é mais que minha terra, é meu lugar. A terra é um lugar onde piso e vivo, o lugar é um ponto de escolha. A cidade é pano de fundo de grande parte das histórias da minha vida. São pequenas lembranças, mas fazem parte da minha trajetória de maneira irrevogável.

Lembro de, na época da escola, acordar as seis da manhã e ter de tomar banho com aquela temperatura de 7, 8 graus e sair todo agasalhado para estar às sete na escola. Lembro do trajeto que fazia a pé, com meu nariz congelado e sentindo sair pela boca uma fumaça branca do meu próprio calor. Como tinha rinite, o cheiro da manhã, das hortencias e da terra molhada pelo sereno me faziam espirrar. Era engraçado ver todos os dias os mesmos vizinhos passarem pelos mesmos lugares, assim como sabia que eles me viam e esperavam me ver.

Depois, mais velho, quando comecei a beber, encontrei na cidade um lugar para habitar a rua. As rodas de violão no Centro de Cultura, os amigos, os passeios e as tardes tirando foto no Museu, os piqueniques no Parque de Itaipava, o futebol na Coronel Veiga, as apresentações no Theatro Municipal.

Petrópolis também foi cenário das minhas primeiras paixões. As eternas tardes, na companhia das meninas que gostei, andando pela Koeler, pelo Palácio de Cristal, pela Praça da Liberdade, pela UCP.

Claro que tiveram também os dias de tédio, com nada para fazer, de irritação, de desgosto e saco cheio, a vontade de querer mudar de cidade e, finalmente, minha ida para o Rio de Janeiro para tentar galgar coisas a mais na vida. Só que nada disso deixou Petrópolis para trás. Nada, e digo isso agora com certeza, nada supera a tristeza feliz dos dias de ruço, nada como a diária chuva de nossa cidade, ou a animação eterna de quando chega sexta-feira com a lua linda no céu em que todos os meus amigos resolvem sair para o mesmo lugar. Ou quando simplesmente encontro meus amigos nos shows da Tribo de Gonzaga com quem posso cantar todas as músicas de cor e matar saudades sabendo que todas as aquelas melodias foram feitas por pessoas daqui, do lugar em que nasci.

Petrópolis é um cidade que está eternamente ligada a mim. Tudo que sou é também Petrópolis e todo meu jeito é cria, mesmo que indiretamente, de nosso clima, de nosso cheiro, de nossas paisagens e montanhas. Só me cabe honrar essa cidade sendo um cidadão honesto, justo e participativo. Não quero citar nosso hino porque acredito que outros possam ser felizes em suas respectivas cidades, mas posso dizer por mim que sempre, todos os dias, vou ser feliz e completo, por poder ter o prazer de estar aqui.

luiz

Luiz Antonio Ribeiro é dramaturgo, letrista, crítico, poeta e flamenguista. É bacharel em Teoria do Teatro pela UNIRIO, onde atualmente é graduando do curso de Letras/Literaturas. É adepto da leitura, pesquisa, cinema, cerveja e ócio criativo. Desde 2011 é membro do grupo Teatro Voador Não Identificado. Facebook: http://www.facebook.com/ziul.ribeiro
Twitter: http://www.twitter.com/ziul

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