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Crônicas

Homenagem à mulher petropolitana

A mulher petropolitana é diferente (mas não tanto) das demais mulheres. Ela tem algo de tímida, de acanhada, de constrangida, de bicho hibernando em um casulo. Ela tende a se envergonhar quando pega de surpresa, como uma criança espantada frente a uma montanha de doces ou um urso desajeitado que esbarra com um pote de mel.

Porém, também mora na petropolitana uma mulher que adora sair desse esconderijo, aparar suas arestas e ir para a rua. A vestimenta, sua principal companheira, apresenta-se nas múltiplas facetas, como se se tornassem mulheres-mutantes, mulheres-máquinas, mulheres como um armário tal qual um dispositivo mágico cuja variação de cores e modelos parece, a nós tolos homens, interminável. No frio, nas noites de Itaipava ou da Bauerntest, há sempre uma bota, um cachecol, um casacão que apresenta o rosto como maior potência vital, enquanto que no verão aparecem as saias, shorts e vestidos leves mostrando seus corpos como se estivessem prontas para uma praia ou um passeio à beira do lago.

A mulher petropolitana é como um encontro de ideias e gerações: existem todos os tipos de estilos e gostos, todas ornados pelas belezas de nossa cidade e pelos encantos caraterísticos que só ela tem. Quer descobrir se a mulher é de nossa cidade? Coloque-a de frente com outra cultura. Pelo meu cotidiano no Rio de Janeiro, vejo as petropolitanas como a única saída para a solidão carioca. Lá todas as mulheres são descoladas (ou se fingem de), e adoram passear corpos como se enigmaticamente escondessem algo, no entanto, é na petropolitana que percebo que há algo a ser descoberto: um segredo, um mistério, algo de impuro que chega a incomodar e dar uma certa raiva porque se revela sempre como uma coisa que não foi feita para mim, mas que, apesar disso, sempre vou querer conquistar.

A mulher petropolitana é crepe no Shopping ABC, é compras na Rua Teresa, é passeios pela Praça da Liberdade, Chopps na Bohemia ou no D’angelo, tarde de fotos no Museu ou na Catedral. Já estive em todos esses lugares com as mulheres da minha vida: amigas, familiares e paixões e, hoje em dia, não consigo pensar em nossa cidade sem a imagem de todas as mulheres com quem convivi.

Esse lugar, mulheres, a Cidade das Hortênsias, é toda de vocês, portanto, um Feliz Dia da Mulher e que todos os dias sejam dias de respeito e amor para aquelas que colorem nossa vida e fazem dela algo muito mais feliz.

luizLuiz Antonio Ribeiro 28 anos, dramaturgo, letrista, crítico e flamenguista. É bacharel em Teoria do Teatro pela UNIRIO, mestrando em Memória Social na área de poesia brasileira e graduando do curso de Letras/Literaturas. É adepto da leitura, pesquisa, cinema, cerveja e ócio criativo. Desde 2011 é membro do grupo Teatro Voador Não Identificado. Facebook: http://www.facebook.com/ziul.ribeiro Twitter: http://www.twitter.com/ziul

 

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