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Entrevistas

“O carioca foge da praia e vem p/ montanha aqui que é legal”, diz Barone sobre a relação dos Paralamas com Petrópolis

Já passava das 22h quando Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone subiram ao palco montado no Parque de Exposições de Itaipava para iniciar o show que faz parte da programação do aniversário da cidade. Momentos antes, profissionais da imprensa aguardavam ansiosamente a rápida coletiva de imprensa com a banda. Enquanto isso, a banda petropolitana Fábrica se apresentava e fazia um tributo à Legião Urbana, revivendo grandes sucessos do grupo.

Em meio a profusão de gravadores e câmeras, o trio respondeu gentilmente a todas as perguntas, começando por relembrar o início de sua carreira. “Para gente, o primeiro grande passo foi que, antes do primeiro disco, a gente mandou uma fita demo para uma rádio que tocava música independente, e uma das nossas músicas começou a ser bastante executada e com isso foram se abrindo portas que nem imaginávamos”, comentou Herbert, antes de ser interrompido por Barone, que entre risos completou a informação dizendo que se tratava da extinta Rádio Fluminense. “O Herbert não gosta de falar muito o nome da rádio porque ele é flamengo”, brincou.

Como Os Paralamas do Sucesso já se apresentaram várias vezes em Petrópolis, quando perguntados sobre sua relação com a cidade, Barone se mostrou muito afetuoso lembrando que sobem a serra desde pequenos. “O carioca foge da praia e vem p/ montanha aqui que é legal, perto. A gente também curte esse lado histórico, afinal aqui foi a sede de verão do Império, né?”, comentou. Barone ainda lembrou do Imperial Jeep Club, um clube petropolitano para apaixonados por veículos de combate, “co-irmão” do Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro, o qual é presidente.

Na sequência, Herbert falou da felicidade por comemorar 30 anos de carreira – “É uma alegria no sentido de mergulhar num caminho que não tinha uma coisa estabelecida e estável para você tentar seguir. Tudo é muito na base do improviso mesmo, da tentativa e erro. A visão que existia no Brasil, antes dessa geração anos 1980, a respeito de um músico de rock, era uma coisa muito reticente mesmo. O fato da gente ter conseguido dar os primeiros passos independente e completamente por entusiasmo, por paixão pela linguagem do rock n’roll, enfim, você conseguir concretizar tudo isso e ter uma rota já de três décadas fala por si só.”

Desde o início da banda, músicas como “Alagados” e “O Calibre”, por exemplo, já falavam de problemas no Brasil que ainda persistem, e sobre a atualidade destas canções, Herbert conclui – “A busca por alternativas para avanços, justiça social e tal, enfim, tudo isso vem à tona quando você olha em cada esquina desse país. Todos os dias, a gente  vê alguns passos que, no nosso período pensante daquela fase dos governos militares e uma repressão absoluta, dão uma abertura e uma flexibilidade enraizada no voto popular, na visão e nas necessidades. Tudo isso, de várias formas, é uma avanço muito grande, muito simbólico.”

A respeito dos projetos do grupo para esse ano, Barone diz que já estão começando a ver material para um próximo álbum. “Daqui a pouco vai sair o DVD dessa nossa turnê comemorativa dos 30 anos e, depois da Copa e antes das Olimpíadas deve sair algum disco inédito”, encerrou.

Em seguida, acompanhados dos músicos de apoio, os Paralamas começaram o show com “Alagados”. Na tradicional mistura de rock com reggae e ritmos latinos, o grupo apresentou mais de 30 hits, como: “Ska”, “Cuide bem do seu amor”, “Me liga”, “Romance ideal”, “Meu Erro”, “Óculos”, “Lanterna dos afogados”, “Ela disse adeus”, “Loirinha bombril”, “Aonde quer que eu vá”, “Vital e sua moto”, entre muitos outros sucessos (o repertório completo vocês veem no final do post).

Antes de se despedirem, Barone lembrou da assinatura da Lei Áurea e mencionou casos recentes de racismo para introduzir uma “música protesto” que encerraria o show. E foi assim que os Paralamas se despediram: ao som de “Que país é esse?”, da Legião Urbana. O show acabou, mas a pergunta ficou ecoando na cabeça de cada um que se preparava para ir embora após um show catártico.

Confira o repertório completo da apresentação:

-Alagados

-Carro Velho

-Bora Bora

-Patrulha Noturna

-Cinema Mudo

-Ska

-Cuide bem do seu amor

-De perto

-Busca Vida

-Me liga

-Como uma onda (cover do Lulu Santos)

-Saber amar

-Romance Ideal

-Quase um segundo

-Meu Erro

-Óculos

-Lanterna dos Afogados

-Na pista

-Meu Sonho

-Ela disse adeus

-Você / Gostava tanto de você (cover do Tim Maia)

-A Novidade

-Melô do Marinheiro

-Uma Brasileira

-O Beco

-Loirinha Bombril

-Aonde quer que eu vá

-Caleidoscópio

-Vital e sua Moto

-Que país é esse? (cover da Legião Urbana)

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.

2 Comentários

  1. ““O carioca foge da praia e vem p/ montanha aqui que é legal”, diz Barone sobre a relação dos Paralamas com Petrópolis”.

    Esse é o destaque? Petrópolis já se conformou em ser uma cidade-dormitório, refúgio dos burgueses cariocas. Se conformou e parece até que se orgulha disso. Somos a eterna sombra da falida capital fluminense, da ex-cidade maravilhosa.

    1. Muita gente foge da correria do Rio e vem para cá para descansar, relaxar e aproveitar a cidade sem o stress da capital. Eles falaram de uma forma bem positiva =)

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