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Coluna LiteráriaCultura & Lazer

[Coluna literária] “Convergente” – Veronica Roth

Para os fãs da trilogia Divergente, cujo primeiro filme estreia em breve nos cinemas, fizemos essa coluna literária sobre o último volume da obra, recém-lançada pela Editora Rocco. Algo que destaco nesta obra, é o fato de que, agora, no fim, o grupo de Tris e Tobias, agora sem facções, chegam ao chamado “mundo real”. Quer saber o que achamos? Acompanhem:

Conhecer nosso presente, fatalmente faz com que se crie um certo alarde sobre nosso futuro. A violência, os crimes, as divisões entre pessoas e grupos e, principalmente, uma incapacidade de tocar o outro têm criado diversos mini-assassinos em cada um de nós. É mister evitar isso, na medida em que temos em nosso imaginário uma série de obras literárias e cinematográficas em que mundos distópicos são projetados. Aprender com a literatura é fundamental para que se evite o terror de todas as guerras. Convergente, de Veronica Roth, tem algo a nos ensinar.

Em Convergente, o mundo sem-facções já domina a cidade, enquanto que Tris, Tobias e seus amigos fogem para o “outro mundo”, para o outro lado da fronteira, e descobrem a verdade sobre a política de facções. A partir daí, há uma imensa disputa para evitar que mais guerras sejam feitas. Eu poderia dizer muito mais coisas, mas a fim de evitar spoilers, fico por aqui.

Este “outro mundo”, que, como dito, é o nosso, é visto com uma certa estranheza por aqueles que foram criados pelas facções – Abnegação, Erudição, Franqueza, Audácia, entre outras – e é descrito como um lugar que projeta sempre um além, algo que não está marcado pela violentas divisões de suas antigas visões das coisas:

 O mundo além do nosso é cheio de estradas, edifícios escuros e cabos de eletricidades arrancados. (…) É como a paisagem de uma frase interrompida, com um lado pairando no ar, inacabado. (…) Só os muros de concreto já chamam a minha atenção. Estão cobertos com retratos estranhos de pessoas de pele tão macia que mal parecem humanas. (…) As cores formas, palavras e imagens são tão espalhafatosas são tão abundantes, que se tornam fascinantes.

A grande dificuldade do grupo não é entender como funciona nosso mundo, mas sim, tentar entender o mundo a partir de outra perspectiva que não a que eles foram criados e “programados”. A adaptação, evidentemente, vai se dar de maneira traumática, principalmente quando eles se veem novamente divididos entre dois grupos: o dos Genes Defeituosos e o dos Genes Puros. É a partir desse novo desdobramento que todo o resto da trama se desenvolverá. Diz Tobias:

 Eu era acordado por aquilo, como um despertador, exigindo mais de mim do que eu conseguia dar. Adapte-se. Adapte-se mais rápido, adapte-se melhor, adapte-se a coisas as quais ninguém deveria ter que se adaptar.

Existe, no entanto, uma esperança: as soluções são feitas por pessoas, por indivíduos e não por governos e organizações, assim se chega quase a uma utopia da ideia de comunidade – aquilo que é comum a todos – e, principalmente, às relações de afeto entre pessoas. Além disso, é claro, a história de amor em Tris e Tobias continua. Será que até o fim?

Convergente guarda muitas de surpresas para os fãs da série. Como sempre, os livros estão guardando mistérios que se apresentam para aqueles que resolvem encará-los. Boa leitura!

luizLuiz Antonio Ribeiro 28 anos, dramaturgo, letrista, crítico e flamenguista. É bacharel em Teoria do Teatro pela UNIRIO, mestrando em Memória Social na área de poesia brasileira e graduando do curso de Letras/Literaturas. É adepto da leitura, pesquisa, cinema, cerveja e ócio criativo. Desde 2011 é membro do grupo Teatro Voador Não Identificado. Facebook: http://www.facebook.com/ziul.ribeiro Twitter: http://www.twitter.com/ziul

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