https://www.youtube.com/watch?v=n21Dj1p8gi8
Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bodanzky
Bicho de Sete Cabeças é a comovente história de Neto, um adolescente comum que um dia é pego com uma pequena quantidade de maconha em casa. Sua família, no entanto, ao invés de buscar entender ou conversar, resolve interná-lo em uma clínica de reabilitação em que medicações, choques elétricos e um tratamento desumano destroem definitivamente a vida de todos os que ali são internados.
Com uma interpretação irreprimível, Santoro coloca pela primeira vez seu nome como um promissor ator de cinema, o que abre portas para seu futuro sucesso.
Abril Despedaçado (2001), de Walter Salles
Abril Despedaçado é um filme silencioso, de mais gestos e olhares que palavras. A obra conta a história de Tonho que é incentivado pelo pai a empreender uma vingança contra uma família rival por ter matado um irmão seu. Forte, violento, mostra como as pulsões de morte existentes em todos nós podem ser latentes, caso nos deixemos levar pelos impulsos primitivos. É o filme que dá visibilidade internacional a Santoro e que coloca-o na lista de ator cobiçado por Hollywood.
https://www.youtube.com/watch?v=z2iFaRrZYOY
Carandiru (2003), de Hector Babenco
Baseado no livro de Dráuzio Varella, a obra retrata o dia a dia de um médico dentro de um dos maiores presídios do Brasil. Santoro interpreta genialmente um travesti, que pretende se casar com outro dos detentos e deixa refletir ao mesmo tempo o preconceito e a adaptabilidade necessária para viver no cárcere. No fim das contas, o filme mostra como todo regime em que as leis não tocam, passa a viver de forma contingente, mesmo que permeada por algum tipo de afeto.
Não Por Acaso (2007), de Philippe Barcinski
Meu filme preferido da lista, o filme conta duas histórias paralelas que se unem por um trágico acidente. De um lado, o excelente Leonardo Medeiros, operador de tráfego de São Paulo, que entra em contato com uma filha que não sabia que tinha; e do outro, Santoro, trabalhando na construção de mesas de sinuca e tentando lidar com uma recente perda.
O que mais chama atenção no filme é como as relações nas cidades grandes são pautadas por uma espécie de uma matemática cartesiana essencial e como, a qualquer momento, essa ordem pode sucumbir.
Heleno (2012), de José Henrique Fonseca
Heleno é o único personagem da lista que realmente existe. Nele, Rodrigo Santoro encarna um de nossos maiores jogadores de futebol e sua conturbada vida de excessos com bebidas, noitadas e mulheres. Em seus últimos momentos de vida, em um sanatório em Barbacena, vê-se totalmente afetado por uma doença do cérebro, mas ainda assim tenta reconstituir seu passado. Mais uma interpretação austera do ator de nossa cidade, que vem se mostrando cada vez mais preparado para os desafios que a sétima arte lhe impõe.
Luiz Antonio Ribeiro 28 anos, dramaturgo, letrista, crítico e flamenguista. É bacharel em Teoria do Teatro pela UNIRIO, mestrando em Memória Social na área de poesia brasileira e graduando do curso de Letras/Literaturas. É adepto da leitura, pesquisa, cinema, cerveja e ócio criativo. Desde 2011 é membro do grupo Teatro Voador Não Identificado. Facebook: http://www.facebook.com/ziul.ribeiro Twitter: http://www.twitter.com/ziul