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Coluna Literária

[Coluna literária] “A insustentável leveza do ser” – Milan Kundera

Estamos acostumados com aqueles romances ideais, onde a traição põe fim aos relacionamentos e depois de sofrerem muito, as protagonistas sempre acham um homem que as coloque num pedestal, as ame incondicionalmente e que são indubitavelmente fieis.

Mas não no livro de Kundera. Em “A insustentável leveza do ser”, temos personagens adúlteros e que não por isso, amam menos.

Abordando conceitos que vão do “eterno retorno” de Nietzche ao último movimento do último quarteto de Beethoven, falando ainda sobre acasos, Édipo, Parmênides, o conceito de kitsch, até a merda como problema teológico, Milan nos leva à reflexões profundas sobre o ser, sobre como conduzimos a nossa vida e o que nos motiva a agir de certa forma, através de Tomas, Tereza, Sabina e Franz.

Tereza e Tomas são o exemplo de um dos casais mais imperfeitos que já li, mas com um amor infinito. Com eles, aprendemos que a felicidade, para ambos, era estar juntos.

“A tristeza era a forma, e a felicidade o conteúdo. A felicidade preenchia o espaço da tristeza” e que “o amor é o desejo dessa metade perdida de nós mesmos.”

Percebemos também que com a traição vem a compaixão, e que esse é o sentimento mais pesado para se sentir.

“Não existe nada mais pesado que a compaixão. Mesmo nossa própria dor não é tão pesada quanto a dor co-sentida com outro, por outro, no lugar de outro, multiplicada pela imaginação, prolongada por centenas de ecos.”

Em suma, “A insustentável leveza do ser”, como diz na sinopse, mostra como, na vida, tudo aquilo que escolhemos e apreciamos pela leveza acaba bem cedo se revelando de um peso insustentável.

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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