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Coluna Literária

[Coluna literária] Cinco livros para surpreender no Dia dos Namorados

Com a aproximação do Dia dos Namorados, muitos optam por presentear seus companheiros (as) com livros. Assim, listamos abaixo cinco boas dicas literárias para esta data:

1- Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres, de Clarice Lispector

 A obra conta a história de Lóri, uma mulher em um caminho de aprendizagem na busca do prazer. Fechada, travada, Lóri conheceu o amor ou o amar apenas como a transposição idealizada, tornando-se, de certa forma, incapaz de sentir prazer e encontrar com seus desejos. Ao seu lado está Ulisses, um filósofo, espécie de tutor e amante de Lóri, que a acompanha e mostra-lhe o caminho do encontro com seu próprio corpo para, enfim, poder dar-se a ela e recebe-la por completo.

Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres é um livro de auto-invasão, destruição de um latifúndio de si próprio para um encontro de forças que não incapazes de dialética, mas de criação de uma comunidade, de uma convivência: o prazer.

2- Tudo que você e eu poderíamos ter sido se não fôssemos eu e você, de Albert Espinosa

Tudo que você e eu poderíamos ter sido se não fôssemos eu e você, de Albert Espinosa conta a estranha história de Marcos, um rapaz que acabou de perder sua mãe, comprou uma injeção para nunca mais dormir e descobriu que um ET chegou na Terra. Tudo isso perpassado pelo dom de ver o passado das pessoas. Até que de sua janela, vislumbra uma mulher: e aí ele descobre o amor. Ao lado desse amor ele vai ter de trafegar por todos esses universos peculiares, até, ao final, descobrir uma notícia surpreendente: seu amor não era quem ele esperava.

O autor consegue trafegar no mundo dos best-sellers com tons de sabedoria de vida. Trata-se de uma boa companhia para se viver neste planeta cada vez mais aterrado e aterrador e, por isso, pode ser um presente que surpreenda.

 3- John Lennon, Yoko Ono & Eu, de Jonathan Cott

John Lennon, Yoko Ono & Eu é o relato íntimo de um jornalista da Rolling Stones, misturado com entrevistas que fez ao longo dos anos com John Lennon e Yoko Ono. Testemunha de muitos momentos na vida de Lennon, Cott consegue como ninguém se aproximar da relação dele com Yoko, assim como observar de perto, de dentro dos estúdios, a gravação das obras posteriores aos Beatles.

Na obra, o que se percebe é que o amor entre o casal está muito pautado na ideia de 68 de “paz e amor”, em uma de uma parceria quase etérea, silenciosa, de pensar o mesmo que o outro enquanto o outro pensa. Assim, a vida de John e Yoko é de um entendimento profundo sobre a vida e a arte, em que não há possibilidades para os pequenos problemas, mas apenas para as grandes questões da humanidade.

4- Cordilheira, de Daniel Galera

Cordilheira é um romance que pertence à série “Amores Expressos”, em que escritores são enviados a lugares distantes do mundo para que escrevam histórias de amor em que a cidade seja o pano de fundo. No caso de Galera, a ambientação do romance se dá em Buenos Aires.

O livro conta a história de Anita, uma escritora brasileira que tem dúvidas sobre diversas coisas da vida e que, por isso, resolve passar um tempo em Buenos Aires. Lá, conhece um rapaz, admirador de seu livro, com quem começa um relacionamento estranho, ao mesmo tempo apaixonado e frio. Assim, ela se descobre no meio de uma estranha história de amor e amizade, em que pessoas tem suas personalidades misturadas com personagens de livros.

É um livro para se acolher, justamente porque representa uma geração que vaga pelo mundo, procurando um bocado de companhia e hospitalidade sem culpas.

5- O Natimorto, de Lourenço Mutarelli

A obra conta a história de um Agente musical que recebe uma cantora em sua cidade, chamada A Voz. Após leva-la para casa, sua esposa pede para que ela cante, mas ela é incapaz. Por ciúmes, Agente é expulso de casa e vai com a Voz para um hotel, onde promete amá-la para sempre e sequer sair daquele quarto. Entre idas e vindas da moça, o rapaz permanece trancado em um único cômodo esperando seu amor.

O mais interessante da obra está no fato de que os atos do Agente se refletem na utopia fria do que seria o amor: querer estar ao lado da pessoa amada o tempo todo. No entanto, quando tornado realidade, isso se torna obsessivo e perturbador. À parte isso, o livro, aos poucos, se reflete numa intensa história de amor.

luizLuiz Antonio Ribeiro Formado em Teoria do Teatro pela UNIRIO, mestrando em Memória Social na área de poesia brasileira e graduando do curso de Letras/Literaturas. É adepto da leitura, pesquisa, cinema, cerveja, Flamengo e ócio criativo. Em geral, se arrepende do que escreve. Facebook: http://www.facebook.com/ziul.ribeiro Twitter: http://www.twitter.com/ziul

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