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História

[História] Memória do Urbano, Memória do Lugar, Resgate de uma Estação

Foto: Arquivo do Museu Imperial

por Oazinguito Ferreira da Silveira Filho

É incontestável o processo desencadeado em inúmeras cidades de valorização de seu passado, resultado da contestação do choque com a fragmentação de sua identidade. O culto ao novo, ao moderno, cede lugar a lembrança que se reverte em resgate. Constituir estas lembranças em memórias ou mesmo reunir estas memórias avulsas para reproduzir novas histórias ou reinterpretações é o que vem sendo desenvolvido a partir das leituras de teóricos como Maurice Halbwachs e Pierre Nora.

Revalorizar de forma emergente o passado não é um simples ato de saudosismo, mas de restauração e reinterpretação, objetivando construir lugares de memória que possam refazer a condição identitária de nossa sociedade.

Petrópolis necessita recuperar sua “memória urbana”, processo fundamental para a reconstituição da identidade de um lugar. Pois, a memória de uma cidade é uma memória coletiva, cotidiana, que se encontra presente nos referenciais de outras gerações que foram soterradas pelos referenciais das gerações mais novas. Como afirmou Abreu (1998), “a memória individual pode contribuir, portanto, para a recuperação da memória das cidades. A partir dela, ou de seus registros, pode-se enveredar pelas lembranças das pessoas e atingir momentos urbanos que já passaram e formas espaciais que já desapareceram.”

Neste processo, recuperar em postais a memória de uma estação ferroviária como a da Leopoldina de Petrópolis, que durou pouco mais de trinta anos (foto), a memória de hotéis de grande importância para a cidade no período, imagens que lançam ao imaginário de um lugar, imagens que se encontram perdidas em arquivos e famílias é fundamental para se reconstruir o traçado urbano de uma época que junto aos depoimentos de época presentes em jornais, cartas e nos próprios postais vão recompor o cenário de uma época. Memórias individuais que podem reconstituir o lócus do lugar, sua presença a partir de um tempo muito particular. (Abreu, Mauricio de Almeida, Sobre a Memória das Cidades, Revista da Faculdade de Letras, 1998, Porto)

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