Um estudo realizado por pesquisadores da USP, que analisou as últimas quatro Copas do Mundo, revela que o número de internações por problemas cardíacos cresce até 16% quando a partida é disputada pela seleção brasileira.
“ Através do sistema neural, simpático e parassimpático, todo o sistema cardiovascular é influenciado por uma série de hormônios que tendem a aumentar a pressão arterial, frequência cardíaca e a tendência à coagulação diante do estresse e, de forma contrária, diante do relaxamento e dos momentos de prazer. Portanto, ser feliz e calmo faz bem para o coração”, alerta o cardiologista e professor da FMP/Fase, Bruno Vogas.
No caso de pessoas que já tenham histórico de problemas cardiovasculares é preciso que tenham um bom acompanhamento médico, além de respeitar os horários para tomar os medicamentos.
“Os cardiopatas não podem evitar as emoções, mas podem se preparar para enfrentá-las seguindo as recomendações médicas, que são individuais e que vão desde a permissão para assistir aos jogos, sob medicação rotineira, até a proibição de assisti-los, quando o médico interpreta que o paciente não tem condições psicológicas para tal enfrentamento”, finaliza.
A jornalista Regina Domingues conta que, mesmo tendo vários problemas cardiovasculares, não perde um jogo da seleção brasileira.
“Eu tomo, por dia, uma média de 12 comprimidos na parte da manhã e 18 à noite, pois a minha pressão arterial se manteve muito alta ao longo dos anos e, atualmente, eu tenho hipertrofia no ventrículo esquerdo. Mas, antes de assistir ao primeiro jogo da copa, aferi a minha pressão e tomei um calmante. A adrenalina foi grande e, em alguns momentos, meu coração teve episódios de arritmia cardíaca, mas no final deu tudo certo”, relata Regina, feliz pela vitória da seleção.