Por Roberto Márcio
O time da Alemanha será, sem dúvidas, o adversário de maior perigo e tradição que o país enfrentará nesta Copa do Mundo. Na reedição da final de 2002, as duas seleções foram as que mais chegaram em finais e, diferente daquela emocionante decisão que teve como astros Ronaldo e Rivaldo, a conjuntura alemã de hoje é bem diferente, a exceção no gol: Oliver Khan e Neuer estão no mesmo nível. Ou seja, altíssimo.
A Alemanha oscilou em termos de desempenho em campo. Se foi brilhante no 4 a 0 sobre Portugal, deixou dúvidas contra a Argélia, quando se classificou de forma quase dramática. Mas, se trata de um selecionado que jamais deixou de estar entre os favoritos a conquista do título e vejo até tecnicamente superior aos brasileiros. Por essa razão, todo cuidado será pouco. E que soube mudar quando vencia bem com quatro zagueiros. Joachim Löw, técnico da equipe, está bem mais à vontade do que a seleção brasileira. Mas, isso é outra história.
A Alemanha que vi na sexta passada, na vitória por 1 a 0 sobre a França no Maracanã é muito boa, embora tenha se poupado por conta do calor. Venceu na bacia das almas, mas merecido. Joga com Thomas Muller como centroavante e sabe se defender bem com os volantes de excelente qualidade (Schweinsteiger, Tony Kross, Sami Khedira e Jarome Boateng). A defesa é ótima e Neuer tem tido atuações de encher os olhos.
Evitar a subida ao ataque por parte de Lahm, pelo setor direito, é uma boa pedida e é possível que Felipão escale Hulk para ajudar Maicon, e por hora mandando Luiz Gustavo colaborar com a marcação. O meio-campo, bastante produtivo, acaba deixando a bola chegar com certa facilidade a Thomas Muller e, por isso, desarticulá-lo será de bom tom. Certamente, os alemães vão apelar para o repertório de jogadas aéreas, buscando Muller ou Klose – este se for escalado.
Outra coisa que me chamou a atenção da Alemanha foi a sua torcida. Não apenas aqueles que se deslocaram para cá, mas os brasileiros. E em especial o Flamengo, que numa espetacular jogada de marketing associou o time alemão com o Flamengo. Muitos rubronegros torceram contra a França, nas quartas. A Adidas, fornecedora de material esportivo para ambas, não terá com o que se queixar quanto à venda de camisas. Mais do que isso, além do lado financeiro conquistou de vez os flamenguistas.
