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Esporte

[Coluna esportiva] Será que a Copa foi nossa? – Relatos sobre o maior vexame do futebol brasileiro

Alemanha ganhava de 7 a 1 e, assim que o apito final soou, me veio uma pergunta: “Que Copa foi essa?”. Eu tentava entender, a partir daquilo que sentia, qual foi minha expectativa em relação à Copa do Mundo e o que ela havia me dado em troca.

Percebi, de cara, que minha expectativa não era muito grande. Via os problemas com estádios, com corrupção e com a falta de organização em relação ao evento. Percebi, também, que o próprio time da seleção não me emocionava e que, de alguma forma, era eu que ia em direção a ele que, desde o começo, pouco me deu em troca.

Lembrei da vitória heroica contra o Chile e de como comemorei pelas ruas gritando com todo orgulho que era brasileiro e que nosso futebol era maior. Mas também lembrei que no dia seguinte estava mais aliviado que feliz e que sentia que a vitória não fora lá muito justa, embora soubesse que de injustiça também se faz futebol.

Foi quando chegou, acho que numa sinapse ou num lapso, que tudo que recebi da Copa foram dos outros jogos. A vitória da própria Alemanha sobre Portugal, o jogo de Holanda e Espanha, as vitórias nos últimos segundos, as viradas em poucos minutos. Essa é a Copa das Copas, da alegria, da emoção e dos pequenos que podiam morder (até literalmente) os grandes.

Então, senti que o jogo do Brasil não podia merecer um choro, uma drama, ou sofrimento. Merecia, sim, que se repensasse tudo que envolveu nosso país e nosso time neste evento. O time foi apático, perdido, estranho, achando que o Deus das orações histéricas dos jogadores poderia vir salva-los a qualquer momento. Não veio. E com apatia, incapacidade, falta de treinamento, desequilíbrio psicológico e, óbvio, estrutura pífia em nossos jogadores, desde educação até formação para o futebol, chegamos aos 7 a 1.

Faltou medo do time da Alemanha. Sobrou soberba, expectativa que no final tudo daria certo. No famoso jeitinho antropofágico que tanto valorizamos como nosso maior bem cultural. Enquanto isso, do outro lado, havia uma Alemanha que começou uma reestruturação em seu futebol em 2004, dando show com simplicidade, sem pedaladas ou bicicletas – lá e cá e gol.

Ela me ensinou a gostar do adversário, a me aproximar do outro e tentar encontrar neles aquilo que deve ser também meu. Tomara que o Brasil aprenda e que a gente entenda, de uma vez por todas, que futebol não é só futebol, mas o espelho de nossa sociedade.

Das arquibancadas, podemos aprender TUDO sobre o Brasil. Assistimos futebol toda semana e não percebemos isso. Hoje o coração do brasileiro chora, mas no fundo, todos sabem que a vitória da Alemanha é uma vitória da justiça.

Que fique o aprendizado!

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