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Saúde

Programa traça perfil de doenças respiratórias em Petrópolis

Os problemas respiratórios dos petropolitanos estão sendo estudados de perto. O monitoramento é feito por um grupo de trabalho do programa Respira Petrópolis, que busca sistematizar o diagnóstico e o tratamento das doenças respiratórias. A ação acontece em Unidades de Saúde da Família da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase), que coordena a iniciativa, e da Prefeitura Municipal. O programa segue modelo criado pela Organização Mundial da Saúde, que já foi implantado em alguns países como a África do Sul, por exemplo.

Dados divulgados pelo Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que as doenças respiratórias foram responsáveis por 15% das afecções que acometeram a população mundial em 1999. Segundo o Ministério da Saúde, no período de 1998 a 2005, a pneumonia, a asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica representaram, aproximadamente, 12% de todas as autorizações de internação hospitalar.

Mestre e doutor em Pneumologia pela UFRJ e professor convidado da FMP/Fase, Marcus Conde é o coordenador do programa Respira Petrópolis. Ele explica que as doenças respiratórias representam um problema de saúde pública global. “Embora somente os pacientes com quadros clínicos mais graves e descompensados clinicamente sejam internados e os números representem só uma parcela de casos, o número de autorizações emitidas pode ser um indicador real das doenças, além de demonstrar o impacto delas no custo total das internações no Sistema Único de Saúde”, comenta.

Segundo Marcus Conde, a doença pulmonar obstrutiva crônica é facilmente confundida com outras doenças respiratórias nos seus estágios iniciais e, por isso, é subestimada. Em 2005 foram hospitalizados 179.503 pacientes em todo o Brasil. Em relação à mortalidade, a doença ocupa a quinta posição entre as causas mais frequentes de óbito, no país, atrás apenas do infarto agudo do miocárdio, do câncer, do acidente vascular encefálico e de causas externas.

Para traçar um perfil local do problema, a Coordenação de Pesquisa da FMP/Fase propôs à Secretaria de Saúde de Petrópolis um programa piloto em duas Unidades de Saúde da Família. Participam também da iniciativa os programas de controle do tabagismo e da tuberculose do município. A meta é reduzir custo e aumentar a efetividade do controle das doenças; capacitar e formar recursos humanos no nível primário de assistência; e elaborar projetos de pesquisa que respondam às questões operacionais.

“A implantação do programa em dois postos é uma importante ferramenta para a redução da morbimortalidade decorrente das doenças respiratórias mais prevalentes na população e da garantia de acesso integrado de ação de saúde entre os diversos níveis de atenção do SUS”, diz o professor João Miranda, coordenador de Pesquisa da FMP/Fase.

O Respira Petrópolis engloba a sistematização do atendimento no nível básico; a incorporação de novos métodos de diagnóstico; a disponibilização gratuita ao tratamento adequado e a interação com a estrutura dos programas já implantados, como o de Controle de Tuberculose, de Tabagismo, o de Saúde de Família, e o de Agente Comunitário de Saúde; e a integração das redes básica, secundária e terciária.

A ideia é que o programa contribua também para a ampliação da qualificação de profissionais da área e para a formação de recursos humanos, por isso, até o final deste ano, mais duas Unidades de Saúde da Família serão contempladas. De acordo com os professores, o Respira Petrópolis garantirá ainda o acesso da comunidade às informações referentes às doenças respiratórias através de programas de educação em saúde direcionadas para o usuário do SUS, facilitando o controle adequado e a redução de hospitalização, com economia de recursos públicos.

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