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Crônicas

[Todo mundo tem uma história] Para citar entre vírgulas

“Um dia eu te disse que, se um dia, escrevesse um romance, o citaria entre vírgulas.

E você me respondeu, no mesmo instante, que se fosse escrever um livro, eu ocuparia a maior parte dele…”

Parece um diálogo de novela, de filme ou coisa assim. Mas não é. Faz parte de uma conversa real (aliás, virtual). Se pararmos para analisar, temos muitas histórias para citar entre vírgulas, porque a maior parte das pessoas que passam por nossas vidas, não despertam sentimentos profundos. Poucas são as que ficam tempo suficiente para ocupar a maior parte de um livro.

A intensidade das palavras em um contexto como esse demonstra, por um lado, a frieza de quem não quer dar o braço a torcer, mesmo sabendo que, certas pessoas, não podem apenas aparecer entre vírgulas. E isso por muitos motivos. Para começar pelo cálculo matemático que calcula a proporção do quanto tempo da sua vida ela esteve por perto e, depois, ao fazer o balanço de todos os momentos em que estiveram juntos e a quantidade de recordações e de coisas boas ela te faz lembrar.

Você se lembra quando ele entrou na faculdade. E até mesmo quando, antes disso, ele só pensava em ser músico. Aliás, a música coloca muitas pessoas no nosso caminho ao longo da vida.

E aí vem a lembrança daquele aniversário, do primeiro Réveillon com a família dele, do Dia dos Namorados, do primeiro casamento que foram juntos, das viagens, dos momentos em que só o silêncio no meio dos dois bastava.

Você se lembra de quantas vezes sentiu aquele frio na barriga, o quanto só a presença fazia o coração acelerar e, por mais tempo que ficassem juntos, a impressão era de que nunca seria tempo o suficiente.

É fácil falar – ou melhor, escrever – quando se está na frente de um computador ou celular. Mas, é impossível olhar nos olhos, lembrar de tudo isso e ainda assim dizer que, se um dia escrevesse um romance, o citaria entre vírgulas.

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