O ator francês Jean Barrault uma vez disse que “o teatro é o primeiro soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia”, porém, angústia maior é ver que a cultura, de modo geral, é tão pouco valorizada no Brasil. Com a falta de patrocínio e incentivo, muitos recorrem ao “Catarse”, um site de financiamento coletivo para que os projetos possam sair do papel e ganhar vida nos palcos. Foi esta alternativa que a companhia Teatro Voador Não Identificado encontrou para ocupar o palco da Sede das Cias, na Lapa, por todo o mês de novembro.
Prestes a estrear a peça “O Processo”, concebida pelos petropolitanos Luiz Antonio Ribeiro e Leandro Romano, durante o mês de novembro, o grupo apresenta ainda “Ponto Fraco”, “Shuffle” e “Tempo Real”. Para a realização dos espetáculos, o Teatro Voador precisa de R$ 15 mil. Deste valor, 33% será destinado ao aluguel do espaço; 19% para criação de “O Processo”; 19% aos cachês; 13% de taxa do Catarse; 10% para manutenção do repertório; 4% para as recompensas de quem colaborar e 2% para o aluguel do equipamento.
Mas você pode estar se perguntando: “o que eu ganho com isso?”
Além de incentivar a cultura e todos os profissionais envolvidos, quem apoiar o projeto é recompensado com brindes de acordo com a quantia doada. Veja: www.catarse.me/pt/ocupacaotvni
Conheça os espetáculos do Teatro Voador Não Identificado:
O Processo (2014) – ESTREIA (01 a 24 de novembro, de sexta a segunda)
Em “O Processo” – romance de Franz Kafka – o personagem principal, Joseph K., é detido sem saber os motivos pelos quais foi acusado e precisa se defender mesmo sem saber como. Na peça da companhia Teatro Voador Não Identificado, esta mesma condição é utilizada como artifício cênico: o ator que interpreta K. entra em cena sem nunca ter ensaiado e sem nunca ter visto o espetáculo. Para isso, a cada apresentação, um novo ator é convidado para representar Joseph K. ao lado do elenco fixo, mesmos sem saber como. Entre os atores convidados, estão Fábio Porchat e Gregorio Duvivier, ambos do Porta dos Fundos.
Ponto Fraco (2011) – 05 e 06 de novembro na Sede das Cias
É um espetáculo teatral resultante de uma investigação sobre os limites da ficção e da realidade nas práticas contemporâneas. A partir de depoimentos de três atrizes, a peça expõe as fragilidades da construção narrativa e de suas próprias histórias, sejam estas reais ou não.
Shuffle (2012) – 12 e 13 de novembro na Sede das Cias
Shuffle parte dos mecanismos do iPod Shuffle para compor dramaturgia e cena. Para cada cena, uma música. Estas são executadas de forma aleatória pelo iPod durante o espetáculo, cabendo ao ator lidar com a cena, que, a cada dia tem uma ordem diferente.
Tempo real (2013) – 19 e 20 de novembro na Sede das Cias
É um espetáculo sobre o agora. A partir de estatísticas em tempo real, a dramaturgia se transforma e constrói um panorama sobre as relações de simultaneidade que surgem no mundo contemporâneo.
