Publicidade Concer: Resposta às chuvas em Petrópolis
Publicidade Concer: Resposta às chuvas em Petrópolis
Colunas

No Dia das Crianças, uma homenagem ao Chaves

O mundo dos adultos não é lá muito agradável. Basta entrar em qualquer portal de notícias como o nosso que veremos o quanto estamos rodeados de tristezas, violências, problemas, crises, guerras. Ligar a televisão, então, é se declarar fortemente com um mundo vil em que sobreviver parece ser a única possibilidade. Dentre tudo isso, há um menino que, entre esses jornais, nos encanta diariamente: o Chaves.

Hoje, na manhã do Dia das Crianças, passou o episódio de Acapulco em que todos vão para a cidade praiana e Chaves fica sozinho. Seu caminhar, seu olhar, sua forma de encarar aquela sensação de estar só, nos coloca diante desse menino que quase nada tem e só terá com a ajuda de outros. No entanto, é possível ver em seu olhar a mudança de comportamento ao ser convidado por Seu Barriga para acompanhá-lo.

Pouco antes, havia passado o episódio do Dia das Crianças em que todos eles resolvem fazer uma espécie de “assembleia das crianças” para poder entender sua situação. Em um momento, Dona Florinda, falando do frio, pergunta se Chaves não gostaria de dinheiro para comprar um agasalho. Chaves diz que se tivesse algum dinheiro, compraria comida.

Ouvir essa frase da boca de um menino como Chaves, me fez pensar em como deveríamos aprender com ele. De todas as tragédias do mundo – desde injustiças, mortes e tristezas, não nos atentamos para o sofrimento desse menino de 8 anos que mal come, que apanha injustamente, que diz que não consegue estudar porque não toma café da manhã, que é órfão e vive sozinho, isolado em uma vila, dentro de um barril. O mais trágico, a meu ver, é que maior que as outras tragédias, aquelas exemplares, que mobilizam a todos, a do Chaves é vista como menor, menos espetacular e convivemos com ela DIARIAMENTE sem nos dar conta.

Ver em Chaves um panorama do que é uma vida simples e assistir ao programa criado por Roberto Gomes Bolaños para entretenimento, para o sorriso e para a alegria e fazer com que isso seja nossa maneira de encarar o mundo, talvez seja a única forma de não olharmos as informações de maneira sensacionalista ou espetacular. Talvez seja não dando a dimensão histérica que a mídia faz de tudo e valorizando esse humorístico programa que passa entre os Datenas e os Marcelos Rezendes, que descobriremos aquilo que deveríamos ser.

Lembrar de Chaves no Dia das Crianças é lembrar de uma pureza que perdemos e deveríamos resgatar, de uma alegria que não falha, que resiste e persiste não importam os contextos do mundo lá de fora, dos adultos, sério, dogmático e programático. Lembrar de Chaves e assisti-lo é ter a chance de lembrar que já fomos crianças e, mesmo adultos, ainda podemos ser.

Confira o especial do Dia das Crianças do Chaves:

luizLuiz Antonio Ribeiro Formado em Teoria do Teatro pela UNIRIO, mestrando em Memória Social na área de poesia brasileira e graduando do curso de Letras/Literaturas. É adepto da leitura, pesquisa, cinema, cerveja, Flamengo e ócio criativo. Em geral, se arrepende do que escreve. Facebook: http://www.facebook.com/ziul.ribeiro Twitter: http://www.twitter.com/ziul

Botão Voltar ao topo
error: Favor não reproduzir o conteúdo do AeP sem autorização ([email protected]).