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Cidade

Ministra do Meio Ambiente diz que há indícios de ação criminosa em incêndios florestais

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Após ter sobrevoado os focos de incêndio no Parque Nacional da Serra dos Órgãos nesta última sexta-feira (17), a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira disse que a situação agravou-se muito de quinta (16) para sexta (17), com o aumento de uma frente de fogo que restava na noite de quinta para cinco registradas no dia seguinte.  O modo como o incêndio se espalhou e suas características, na opinião dos técnicos que trabalham no combate às chamas, indicam que o desastre ambiental pode ser fruto de ação criminosa.

Na última quinta-feira, o 15º Grupamento do Corpo de Bombeiros deteve um homem suspeito de ter ateado fogo num terreno na Rua Alvares de Azevedo, entre os bairros Corrêas e Nogueira. Ele foi encaminhado à 106ª Delegacia de Itaipava onde foi ouvido pela Polícia Civil, mas, devido à ausência de testemunhas que o apontassem como causador do incêndio, ele foi liberado após prestar esclarecimentos. Ainda assim, ele responderá por crime ambiental. Já na tarde de sexta-feira (17), a Polícia Civil deteve um homem suspeito de ser o responsável por dar início ao incêndio do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. De acordo com a Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), o suspeito foi ouvido e liberado. A Polícia Civil aguarda o resultado de uma perícia feita na localidade de Mata Porcos, no Bonfim, onde o fogo teria começado. Também foi solicitada uma perícia técnica do Corpo dos Bombeiros.

“Há indícios muito graves de o incêndio estar sendo causado por atividades criminosas. Essa é a primeira avaliação pela dinâmica que observamos do fogo. Existiam pontos muito isolados e esses pontos viraram frentes de fogo. Está havendo um espraiamento dessas frentes de fogo em lugares inclusive de difícil acesso”, disse a ministra.

Izabella disse que a polícia vai atuar em conjunto com o Ibama para fiscalizar, investigar e prender os responsáveis por tais ações, se for confirmada a intenção criminosa. A ministra também destacou a situação do bairro de Secretário, onde as chamas estão muito próximas de áreas residenciais. “A região está realmente muito crítica, com linhas de fogo entrando na cidade, pegando casas. Os bombeiros estão todos trabalhando de maneira articulada com o apoio da Marinha. Devemos deslocar outro helicóptero para cá”, disse, acrescentando que o reforço foi combinado com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.

Uma das principais preocupações do governo é que o fogo atinja as áreas mais altas do parque, onde os campos serviriam de combustível para um alastramento rápido. “Se ali entrar fogo, vai varrer tudo”.

Segundo a ministra não é possível estimar ainda o tempo que vai levar para que fogo seja combatido, nem quanto tempo será necessário para que a vegetação seja recuperada, pois esta definição depende de laudos que só são concluídos após um levantamento completo dos danos causados pelas chamas. Izabella Teixeira disse que o tempo seco agrava o problema dos incêndios e pediu a ajuda da população. “Pedimos que a população nos ajude, prevenindo, não jogando nada que favoreça a ignição e que vigie as pessoas, vigie as estradas”.

Alguns fatores locais favorecem a propagação do fogo, como o acúmulo de material que serve de combustível, pois a última queimada registrada no parque foi em 1998. Além disso, a vegetação de Mata Atlântica, além de não ser resistente às chamas, contêm muitas bromélias nas pedras mais altas. Quando atingidas pelas chamas, essas plantas se soltam e caem sobre a mata, espalhando o fogo.

É válido ressaltar que as denúncias podem ser feitas à Coordenadoria de Fiscalização pelos telefones 2246-9042 / 2246-9043. Além disso, os petropolitanos também contam com a Linha Verde, que é um canal de denúncias sobre crimes ambientais. O anonimato é garantido: 0300 253 1177 ou 2253 1177. Denuncie!

*Com informações da Agência Brasil

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