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Coluna Literária

[Coluna literária] “O fio da vida” – Kate Atkinson

Filmes como “Efeito Borboleta”, “Antes que termine o dia” e “Questão de tempo”,  só para citar alguns exemplos, já falavam de viagem no tempo e, em todas estas histórias, vemos protagonistas voltando ao passado para tentar mudar um aspecto trágico do presente: seja impedir uma morte, um acidente ou um trauma, a intenção é sempre boa, mas os resultados acabam desencadeando ainda mais problemas do que os mocinhos haviam previsto, fazendo com que eles voltem no tempo repetidas vezes até o presente ficar “acertado”. Essa também é a premissa de “O fio da vida”, de Kate Atkinson.

Ursula Todd, nascida em 11 de fevereiro de 1910, passa por experiências extremas ao longo de suas vidas e cada vez que retorna, traz em seu subconsciente lembranças passadas que a impedem de cometer alguns erros, levando-a para outros rumos inesperados. De estupro, assassinato, aborto, suicídio até bombardeios, a personagem passa por tudo, e quando acha que ajeitou a sua vida, percebe que uma outra preciosa foi destruída no processo, e recomeça tudo outra vez.

Atkinson mostra que são os pequenos detalhes, as sutilezas, que mais impactam a vida de Ursula e como as suas prioridades mudam, ao perceber a consequência de suas escolhas.

Algumas partes retratando a vida adulta de Ursula estão diretamente ligadas à Segunda Guerra, então, figuras como Eva Braun e Hitler ganham destaque na história, assim como o horror daquela época, o medo constante de bombardeios inesperados e como as muitas vidas de Ursula e de sua família foram atingidas pela guerra, de diferentes formas.

Bem escrito e mostrando uma riqueza de vocabulário, “O fio da vida” é um bom livro.

 

 

 

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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