Para se ler numa ida ao Rio, “Espíritos de Gelo” é um livro dinâmico, curto e com uma história interessante o suficiente para fazer com que você o leia “numa só tacada”. Na história, um homem acorda acorrentado sem se lembrar de nada e se depara com três homens que o informam que ele acordou em uma banheira sem um rim e sofreu um choque amnésico, que o impede de lembrar os detalhes. Assim, o trio parte do princípio de que outros choques traumáticos podem desbloquear essas memórias, se necessários, e começam a torturá-lo.
Os capítulos são intercalados entre as torturas no cativeiro e as lembranças que o levaram até lá, mas o que mais chama a atenção é a quantidade de referências pop do jovem autor, presentes nos diálogos entre o protagonista e seu algoz. As discussões vão desde o motivo da morte de Bon Scott (vocalista do AC/DC); até a definição de satanismo, onde ele cita Rolling Stones, Alice Cooper e Gene Simmons; além de falarem sobre alguns elementos da capa de Sgt Pepper’s dos Beatles, os significados das músicas do quarteto, a lenda da “morte de Paul McCartney”… E tudo isso com um leve toque de humor, enquanto o protagonista “come o pão que o diabo amassou”.
O desfecho, embora não seja tão surpreendente, faz jus à história e no geral, o livro é bem razoável e entretém.
