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Crônicas

[Crônica] A despedida de Chaves

Lá fora chovia.

O horizonte meio fechado pelas nuvens, pelo mau tempo e pela escuridão da noite que chegava. Aqui dentro, tudo bem: na frente da minha televisão, assistia Chaves. O episódio era do parque de diversões em que eles brincam, como sempre, entre eles e conosco. Eu ria, apesar de já ter visto este episódio incontáveis vezes.

De repente, interrompem a programação. É o jornal contando que o Roberto Gomes Bolaños, o Chaves, ele próprio, havia acabado de falecer em sua casa. A notícia chegava entre risos, entre alegrias e o mau tempo lá de fora. A sensação de dor e luto despontou.

Mas como tudo que envolvia Chaves, Chapolin, Doutor Chapatin ou qualquer de seus personagens, a alegria sobressaiu. Em segundos, a programação normal retornou e continuamos vendo aquele seriado que está em nossas televisões há 30 anos.

A tristeza de sua morte é abafada pela sua alegria. A felicidade se sobrepõe e o riso, as boas lembranças e aquele olhar infantil sobre o mundo nos fazem lembrar de nossa infância e de todas as boas lembranças que temos dele e deste seriado.

Chaves vai fazer falta. Mas também não vai. Estará sempre na nossa televisão trazendo aquilo que muitas vezes esquecemos de ter: uma visão pueril, ingênua e gentil sobre o mundo. Todo dia é dia de Chaves. Todo dia é de lembrar de Chaves.

A dor de sua morte nunca poderá vencer toda sua vida. Chaves sempre será Chaves. E como diz o próprio: “eu prefiro morrer do que perder a vida.”

A vida, Bolaños, você já ganhou. E de goleada.

luizLuiz Antonio Ribeiro Formado em Teoria do Teatro pela UNIRIO, mestrando em Memória Social na área de poesia brasileira e graduando do curso de Letras/Literaturas. É adepto da leitura, pesquisa, cinema, cerveja, Flamengo e ócio criativo. Em geral, se arrepende do que escreve. Facebook:http://www.facebook.com/ziul.ribeiro Twitter: http://www.twitter.com/ziul

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