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Coluna Literária

[Poesia] Dois mil e quatorze – Matheus José Mineiro

Dois mil e quatorze

a rotina

causa queimaduras e irritações na pele da gente

só depois se sente o alívio do assopro

é a cálida calma da taturana na palma da mão

 

ânimo nestes dias

faz das artérias

fios de alta tensão desencapados.

quando demolem meu teto a socos e tapas

nuvens carregadas chegam para me ensinar a relampejar.

 

quando este mundo,

aço de martelo e bigorna, despenca no pé do meu verbo caminhar

me vejo entre o rosnado de gatas siamesas na laje

e o rompimento de comportas das usinas hidrelétricas.

 

mas

a tranquilidade do besouro pardo entrecortando

o estresse cinzento

e o trânsito da rotina

torce a carótida deste barulho baço que nos envolve

como cidade

como fumaça

como abraço.

massagem aiurvédica ao invés de socos e pontapés no reboco das paredes do corpo.

 

Mateus JoséMatheus José Mineiro é autor do livro “A Cachoeira do Poema Na Fazenda do Seu Astral” e dos fanzines  Apologia Poética artesanalmente, Alcoologia Poetica, Mais Um Cadim de Poesia Aí, Ô Trem Bão Poesia Com Limão e Costelinha com Quiabo e Poesia (www.apologiapoetica.blogspot.com.br).

Um Comentário

  1. O poeta alcança níveis instigantes de imagens e metaforas, verso tonicos, sintaxe da cidade mesclada com signos surrealistas….

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