Dois mil e quatorze
a rotina
causa queimaduras e irritações na pele da gente
só depois se sente o alívio do assopro
é a cálida calma da taturana na palma da mão
ânimo nestes dias
faz das artérias
fios de alta tensão desencapados.
quando demolem meu teto a socos e tapas
nuvens carregadas chegam para me ensinar a relampejar.
quando este mundo,
aço de martelo e bigorna, despenca no pé do meu verbo caminhar
me vejo entre o rosnado de gatas siamesas na laje
e o rompimento de comportas das usinas hidrelétricas.
mas
a tranquilidade do besouro pardo entrecortando
o estresse cinzento
e o trânsito da rotina
torce a carótida deste barulho baço que nos envolve
como cidade
como fumaça
como abraço.
massagem aiurvédica ao invés de socos e pontapés no reboco das paredes do corpo.
Matheus José Mineiro é autor do livro “A Cachoeira do Poema Na Fazenda do Seu Astral” e dos fanzines Apologia Poética artesanalmente, Alcoologia Poetica, Mais Um Cadim de Poesia Aí, Ô Trem Bão Poesia Com Limão e Costelinha com Quiabo e Poesia (www.
O poeta alcança níveis instigantes de imagens e metaforas, verso tonicos, sintaxe da cidade mesclada com signos surrealistas….