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Entrevistas

AeP entrevista Clara Gomes, criadora de “Os Bichinhos de Jardim”

(clique na tirinha para ampliá-la)

por Julian Probst

A paixão da petropolitana Clara Gomes por desenhos começou na infância, antes mesmo dela aprender a escrever. Em 1995, aos 13 anos de idade, Clarinha – como a artista é conhecida – começou a colaborar como quadrinista para a Tribuninha, caderno infantil da Tribuna de Petrópolis. Em 2001, ela criou “os Bichinhos de Jardim”, seu mais notório projeto de quadrinhos, cujas tirinhas são publicadas no impresso Tribuna desde 2001 e no jornal O Globo desde 2010. Em 2006, o projeto ganhou um site (www.bichinhosdejardim.com) e, em 2011, as tirinhas também começaram a ser publicadas no Facebook (www.facebook.com/bichinhosdejardim).

clara gomesHoje, aos 32 anos, Clarinha, que é designer gráfica pela UFRJ e especialista em Arte-Educação, mora no Rio e, em fevereiro deste ano, teve a oportunidade de mostrar seu trabalho no programa televisivo “Encontro com Fátima Bernardes”, da Rede Globo, levando sua arte para milhões de brasileiros.

O Portal Acontece em Petrópolis bateu um papo com a quadrinista. Confira abaixo:

AeP: Como e por que você se tornou quadrinista?

A paixão pelos quadrinhos normalmente começa na infância, quando estamos aprendendo a dominar leitura e narrativa, e as imagens em sequência tornam o processo muito mais divertido. Comigo não foi diferente, eu inventava personagens e histórias antes mesmo de saber escrever. A prática me levou a participar de um concurso de desenho e posteriormente recebi convite do Fernando Marques para colaborar no suplemento infantil do jornal Tribuna de Petrópolis. Sem saber, naquele momento eu estava me tornando quadrinista. Mal tinha completado o ensino fundamental.

AeP: Há quanto tempo você trabalha com isso? 

A colaboração com o jornal começou em 1995, mas até hoje não tenho a sensação de ser “profissional”. Quadrinho não é uma arte institucionalizada, não existe formação específica, o que nos dá a sensação de sermos eternos amadores. Talvez seja melhor assim, “amador” é quem faz algo com afeto.

AeP: Como surgiram os Bichinhos de Jardim? 

Tenho uma admiração antiga por insetos e pequenos animais e sempre observei muito esse pequeno universo, desde criança. A série dos Bichinhos começou sem pretensão, foi uma experiência ainda da época do suplemento Tribuninha. Aliás, esse ano (2015) o Caramujo Caramelo faz 15 anos!

AeP: De onde você tira a inspiração para os quadrinhos?

Essa é a pergunta mais difícil (e mais corriqueira) de todas. Não vejo a inspiração como algo “mágico”, acho que tudo depende de trabalho. Mesmo nos momentos em que temos alguma ideia brilhante, acredito que seja resultado de muito tempo de observação e estudo, como se fôssemos criando aos poucos um repertório de vivências e reflexões que, em determinado momento, se conectam e geram aquela sensação de “eureka!”

AeP:  Qual é o assunto que você mais gostar de abordar?  Qual tema faz/fez mais sucesso entre seus leitores?

A série dos Bichinhos começou com histórias bem pueris, mas com o tempo amadureceram. Hoje são uma espécie de crônica de situações do mundo atual e do comportamento humano através de uma lupa. Meu público é muito heterogêneo (e generoso), mas sinto que o que faz mais sucesso é o temperamento da personagem Maria Joana, esquentada e irônica. Acho que é um reflexo do nosso tempo, de uma sociedade que exige demais… O humor mais debochado funciona como válvula de escape.

AeP: Conte-nos um pouco sobre o livro dos Bichinhos de Jardim…

O livro foi uma coletânea de tiras, lançado em 2009 por um selo chamado Singular Digital, que faz parte da Ediouro. Eles promoveram um concurso entre vários blogs e ganhamos por votação do público.

AeP: Além dos Bichinhos de Jardim, você tem outros projetos?

Estou com um livro infantil pronto, que deve ser lançado esse ano, junto de um musical, também infantil.

AeP: Parece que a nossa geração (anos 80) consumia muito mais quadrinhos do que as atuais gerações. Isso é mesmo verdade? As novas mídias auxiliam ou dificultam a vida dos quadrinistas? Na sua opinião, como está essa relação das novas gerações com os quadrinhos?

O consumo de entretenimento mudou muito e temos que nos adaptar. Não acho que piorou, agora temos mais facilidades para desenvolver plataformas independentes e mostrar nossa arte. Mas ainda não resolvemos a questão de como lucrar com isso (livros impressos ainda são caros, precisam de marketing, distribuição etc). Mais um desafio para nossa criatividade!

AeP: Você participou do programa da Fátima Bernardes. Como foi a experiência de mostrar seu trabalho para milhões de pessoas?

Foi divertidíssimo! Nunca tinha participado de um programa de televisão, e a produção deles foi bem legal comigo. Foi uma participação pequena, mas a exposição do canal é imensa.  E ainda consegui um minutinho pra falar das mulheres que desenham quadrinhos, algo que não deveria ser tão espantoso, mas ainda é. Ainda há muitas profissões e espaços que as mulheres não conquistaram. A representatividade na mídia ajuda a derrubar barreiras.

AeP: Rola alguma tirinha exclusiva para os petropolitanos que vão ler esta matéria?

bichinhos de jardim

 

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