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Cidade

Mais de 300 pessoas participam de caminhada por um trânsito mais seguro

Mais de 300 pessoas participaram da caminhada pelo movimento Maio Amarelo, por um trânsito mais seguro, neste último sábado (9).Com faixas, mensagens em carro de som e panfletos, os participaram convocaram petropolitanos e turistas a aderir ao movimento, ventindo-se de amarelo e mostrando consciência em relação ao tema.

Entidades governamentais e não governamentais manifestaram apoio à ação. “Essa união é essencial. Temos que mudar a realidade de hoje. Mais de 145 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil, vítimas de acidentes de trânsito. Se mudarmos nosso comportamento, vamos conseguir dar exemplo, mobilizar mais e mais pessoas, e preservar milhares de vidas”, lembrou o deputado Hugo Leal, presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro.

Entre os participantes da caminhada estavam cadeirantes vítimas de acidentes automobilísticos que atuam na educação para o trânsito da Operação Lei Seca. Vítimas de acidentes na cidade e pessoas que perderam parentes em ocorrências de trânsito também fizeram questão de comparecer. “A gente acha que nunca vai acontecer com a gente, mas acontece. As pessoas precisam se conscientizar de que bebida e direção não combinam e que essa atitude pode colocar em risco a vida de quem bebe e também de outras pessoas”, alertou Mário Márcio Mascheroni, de 53 anos, vítima de um acidente no dia 6 de março.

Ele estava em uma moto, a trabalho, quando, ao passar pela Saldanha Marinho, foi atingido por um veículo que ultrapassava outro carro, pela contramão. Sobreviveu, depois de passar por várias cirurgias e ter uma das pernas amputada. “Sei que podia ser pior. Eu poderia ter morrido. Mas não posso simplesmente achar que o que aconteceu é normal. Estou aqui, nesta cadeira, por causa da irresponsabilidade de outra pessoa”, destacou.

Maria Helena Rabelo Portugal, mãe de Mirela Portugal, que morreu atropelada em Itaipava há oito anos, também participou da ação. “Sei bem a dor de perder um filho num acidente. Sofri muito e ainda sofro, mas tirei, de tudo isso, força para lutar não por vingança, mas por justiça. Ver o rapaz que atropelou minha filha preso me dá esperança de que, com conscientização e punição, vamos mudar essa realidade. Os acidentes mudam a vida de muita gente. Aquele atropelamento mudou a minha vida e de toda a minha família, mas sei que mudou também a da família do responsável pelo atropelamento. Hoje espero que ele tenha entendido o porquê de tudo isso. Espero que tenha realmente aprendido, porque essa lição vai contribuir para que outras pessoas tenham mais cuidado, pensem melhor antes de agir de forma irresponsável no trânsito”, disse.

Fernando Diniz, fundados da ONG Trânsito Amigo, também marcou presença na caminhada em Petrópolis. Ele, que perdeu um filho há 12 anos num acidente automobilístico no Rio, lembrou que é imprescindível que as pessoas participem de movimentos como esse, que realmente vistam a camisa, mudando o comportamento no trânsito e estimulando mudanças nos amigos, nos familiares. “Essa é uma dor que não desejo a ninguém. Não posso mudar o que aconteceu, mas posso lutar para evitar mais mortes”, explicou.

O Brasil participa da Década Mundial de Ações para a Segurança no Trânsito, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) e desenvolvida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O objetivo é reduzir em 50% o número de mortes no trânsito até 2020. De acordo com o Relatório Global de Segurança no Trânsito 2013 da OMS, a redução da mortalidade perpassa pela garantia de que os estados-membros adotem leis que cubram os cinco principais fatores de risco: dirigir sob o efeito de álcool, o excesso de velocidade, não uso do capacete, do cinto de segurança e das cadeirinhas. Apenas 28 países possuem leis abrangentes nesses cinco fatores.

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