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Cidade

Situação de moradores de rua é tema de audiência pública na Câmara

No início desta semana, uma audiência pública realizada na Câmara debateu a situação dos moradores de rua devido ao aumento no número em todo o município e ocorrências observadas na Praça Luiz Furtado da Rosa, conhecida como “Praça de Corrêas”. A população do bairro reclama há meses da presença de homens e mulheres que consomem drogas no local e utilizam o espaço como dormitório e banheiro.

A secretária de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac), Fernanda Ferreira, apresentou números referentes à atuação da secretaria em relação às pessoas que vivem em situação de rua, com uma estatística levantada no período de julho de 2014 à março de 2015. De acordo com ela, a equipe aborda uma média de 40 pessoas por mês, algumas delas são abordadas mais de uma vez, o que totaliza cerca de 150 abordagens mensais. “Há geralmente um histórico de perdas na vida dessas pessoas, o principal relato é o da perda do emprego. Quando acaba a fonte de rendimentos, cria-se instabilidade familiar e econômica que nem todos conseguem enfrentar. Há pessoas com mais de dez anos sem trabalho registrado, sem direitos trabalhistas e cobertura previdenciária. Encontramos com frequência pessoas de outras cidades, como Rio de Janeiro, Juiz de Fora, Duque de Caxias e Três Rios”, relatou.

Jonas Tavares, diretor presidente da ONG Matheus 25:35, e ex-morador de rua, apontou possíveis soluções para a reinserção dessas pessoas na sociedade. “Acho que temos que tratá-los como cidadãos. Na posição de ex-morador de rua, posso dizer como gostaria de ser tratado, gostaria de sair da rua, ir para uma sala de aula e fazer um curso profissionalizante”.

O inspetor da Guarda Civil Municipal, João Luiz da Cunha, relatou a dificuldade no trabalho de abordagem dos moradores de rua. “É evidente que existem fatores que são de ordem pública, mas são questões complexas, pois somos vistos como uma força de repressão, e essas pessoas já estão tão vulneráveis que se tornam agressivas quando veem alguém fardado fazendo a abordagem. A guarda atua em apoio à Setrac, quando solicitada, e nem sempre conseguimos executar toda a demanda devido a um efetivo reduzido. Devemos garantir o direito deles. Se não quiserem sair da rua, não podemos fazer nada. A sociedade não os quer, mas temos que conviver com eles”, frisou.

Ao final do debate, que durou mais de três horas, o vereador Silmar Fortes fez os encaminhamentos para a próxima Audiência Pública que será realizada no dia 13 de julho. “Temos que nos reunir para fazer este trabalho organizado e de construção coletiva. A informação deve ser mais qualificada e próxima da realidade. Quantas pessoas são do município? Quantas são de outras cidades? Quantas possuem moradia? Há possibilidade de convênios? Vamos formar uma comissão para organizar as visitas com uma ação integrada na Praça de Corrêas. Vamos realizar visitas às instituições, ao NIS, Centro POP, CDDHA e articular uma ação integrada entre o Executivo, o Legislativo e a sociedade. Teremos no dia 21 de maio às 13h30 uma reunião no Centro POP, coordenado pela secretária Fernanda Ferreira para iniciarmos o processo. Há toda essa agenda que será construída e organizada para que na próxima audiência possamos voltar ao debate com avanços”, finalizou Silmar.

Morador de rua é agredido no Castelo São Manoel

A leitora Erica Moreno informou que um morador de rua, conhecido como Jacaré, foi espancado no bairro Castelo São Manoel, em Corrêas. “Ele é morador de rua e nunca fez mal a ninguém, muito pelo contrário, ele sempre oferece ajuda em troca de um prato de comida. Os bombeiros o levaram para o hospital Santa Teresa, pois ele estava muito machucado”, relatou.

De acordo com informações do Hospital Santa Teresa, ele teve um traumatismo craniano, estava bem desorientado, com escoriações pelo corpo, mas está estável.

Saiba mais em:

[Boca no Trombone!] População reclama há meses de problemas na Praça de Corrêas

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