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Boca no Trombone!

[Boca no Trombone!] Moradores do Morin lançam site para protestar contra fumaça de fábrica

Foto: Beth Sarmento

Um grupo de Moradores do Morin criou um site (www.poluicaonomorin.com) e uma página no facebook para protestar contra a poluição provocada pela Fábrica Santa Helena e reivindicar soluções das autoridades. São postados, quase que diariamente, vídeos e fotos para denunciar o problema da fumaça lançada pela chaminé da indústria, que atualmente abriga a Ikinha malhas. Segundo informações contidas na página do protesto, nunca houve tanta poluição do ar como na última década, período em que o prédio abriga a tecelagem da Ikinha. Há mais de um ano o Portal Acontece em Petrópolis vem mostrando a situação. Veja aqui e aqui.

Uma das reclamações é que a fumaça preta é liberada em diferentes horários, inclusive durante a madrugada. “Ontem à noite, a fumaça era tão forte que mesmo com as janelas das casas fechadas, não se conseguia dormir. Os olhos ardem, a garganta arranha e a tosse castiga principalmente as crianças”, assegura uma postagem de 22 de maio. A leitora Beth Sarmento nos enviou uma reclamação sobre a questão: “A fábrica Ikinha polui o ar dia e noite emitindo fumaça negra. Sentimos forte cheiro de óleo queimado e, nos últimos dias, cheiro de esgoto. Acredito que algo possa ser feito para que tenhamos um ar mais puro”, disse.

Já a leitora Bianca Pandini afirma que a poluição ocasionou problemas de saúde nela e em seu filho de cinco anos. “Muito antes dessa mobilização toda eu já havia começado com as crises de asma. Certa vez, meu pai ficou desesperado e fez um porteiro da Ikinha vir me ver passando mal, pois todas as vezes que há a queima e passo mal, eles relatam que não há nada de anormal com a fumaça. Depois que viemos morar aqui, eu e meu filho tomamos cerca de cinco bombinhas ao dia, sem contar os remédios. Será que a Ikinha vai se responsabilizar pelo meu tratamento?”, disse ela, que ainda afirmou ter dúvida sobre o que é queimado na fábrica, já que muitas vezes sente cheiro de plástico queimado e que sua piscina sempre fica com fuligem preta no fundo.

Questionado sobre a indignação dos moradores, Francisco Fontes, gerente da Ikinha, informou que a empresa utiliza nas caldeiras um combustível ecologicamente correto. “Nós realizamos a queima de biomassa de eucalipto, que é o combustível menos poluente que existe e produz gases de baixo impacto ambiental”, disse. Uma outra questão importante, segundo o gerente, é que, para queimar eucalipto, é preciso cultivá-lo, fazendo com que a poluição seja compensada.

Francisco afirmou ainda que a empresa instalou em março um lavador de gases na saída dos secadores, equipamento utilizado no controle de odores, e que a Fábrica está implantando a queima de eucalipto em forma de cavaco, o que vai diminuir o residual de fumaça. Além disso, continua o gerente, o processo de alimentação da caldeira, que atualmente é manual, vai passar a ser feito automaticamente. “A empresa faz o que pode para ajudar a comunidade. Nossa Estação de Tratamento de Efluentes, por exemplo, elimina o cheiro de fedor dos resíduos industriais. Fazemos de tudo para beneficiar a população”, disse ele, ressaltando que a Fábrica existe desde 1894, ou seja, todas as pessoas que foram morar nos arredores sabiam que morariam ao lado de uma indústria.

7 Comentários

  1. HÁ DEZ ANOS ?!?
    Só os moradores é que viam não é ? Os órgãos oficiais, Meio Ambiente, similares, jamais viram nada.
    Esse pessoal aqui de Petrópolis é mesmo implicante. Dez anos sendo tolerado, eles não desistiram ?
    Sugiro processo. Contra todos. Tudo e todos. Demora, mas um dia tem que acontecer.
    Cidade-dormitório, CINCO hotéis em Secretário, não entendo mesmo como o petropolitano aceita, entuba e não reage.
    Que bom que agora começaram.

  2. Bem, se o Sr Fontes (que é um engenheiro químico) diz que a empresa faz tudo o que pode para melhorar a situação dos moradores, ele está assinando atestado de incompetência, pois o seu tudo, é nada!!! Como que uma empresa com a capacidade financeira da Ikinha não tem a dignidade de oferecer qualidade de vida aos moradores e aos seus funcionários, como??? E os órgãos competentes até quando serão omissos? ?? Situação chega a ser revoltante.

  3. O sr. FONTES diz que os moradores já sabiam que iriam morar próximos a uma fábrica… ele só não explica porque a FABRICA SANTA HELENA nunca incomodou os moradores com mau cheiro, porque havia RESPEITO pelo meio ambiente e pelos moradores do entorno. Porque isso não ocorre agora? Porque tanto mau cheiro e tanta fumaça???

    Ele diz: “fazemos de tudo para beneficiar a população”… isso parece deboche!!! O que ele faz para BENEFICIAR a população? ?? Com certeza ele não mora próximo à fábrica que gerencia… POLUIR O AR… GERAR MAL CHEIRO… FUMAÇA. .. ISSO ELE CHAMA DE BENEFICIOS ???

    E a Prefeitura que ainda concede BENEFICIOS FISCAIS à essa empresa? O que faz??? Não deveria se manifestar??? Afinal esses beneficios são concedidos com os NOSSOS IMPOSTOS !!!

    1. Em agosto de 2014, a Secretaria de Meio Ambiente informou que estava acompanhando o caso e havia entrado em contato com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), responsável pelo licenciamento da fábrica, para averiguar a situação. Em outubro do mesmo ano, o Inea, em atendimento às denúncias recebidas e por solicitação do Ministério Público, informou que faria uma vistoria na fábrica.

      Em dezembro, ao entramos em contato novamente com o município, a secretaria de Meio Ambiente informou que já havia comunicado o problema ao Inea, órgão responsável pela fiscalização. Já em janeiro deste ano, o Inea informou que a Lexmar Indústria e Comércio de Malhas (Ikinha) havia sido notificada pelo órgão, em outubro, para adotar procedimentos que evitassem a emissão de poluentes. O Instituto havia informado ainda que uma nova vistoria seria feita para verificar se os procedimentos estavam sendo seguidos e, em caso de descumprimento, a empresa poderia ser autuada.

      1. Não vamos tapar o sol com a peneira.
        O INEA faz uma vistoria um ano atrás.
        Essa fábrica diz q toma todas as providências cabíveis.
        As pessoas continuam reclamando.
        Sai matéria no Jornal sobre o caso
        Sai matéria na televisão sobre o caso.
        As pessoas continuam reclamando.
        Sai mais matéria no jornal e na televisão sobre o caso.
        Em momento algum houve interdição. Onde moro essa fábrica já teria sido fechada e seus gestores estariam presos ou no mínimo pobres. Lógico que no Brasil eles estão soltos e cada vez mais ricos.
        Esse site que os moradores colocaram no ar menciona sempre o nome de um tal de MARLAN? Quem é essa pessoa? É dono ou testa de ferro? O fato é que este homem é podre. Repito: PODRE!!!
        Mais uma vez digo, onde moro (Dinamarca) este homem estaria preso, ou no mínimo servindo trabalhos comunitários.
        Já morei no Morin na época da Sta Helena, isso não existia. Continuo tendo raízes aí. Tem gente que mora aí que gosto muito. Sempre gostei desse bairro. Uma pena as autoridades não terem autoridade nenhuma!

  4. Susan, você acha mesmo que isso se chama tolerância? Eu chamo isso de PROPINA! Simples assim! E olha que nem de Petrópolis eu sou, mas conheço bem esse tipo de empresário. Não há o que um povo possa fazer quando existe dinheiro e política envolvidos. Nesse caso, existe muito dos dois.

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