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[Coluna] Observações de uma petropolitana: no Vaticano

Como na última quinta-feira foi celebrado o dia de Corpus Christi, festa católica, instituída pelo Papa Urbano IV em setembro de 1264, na coluna de hoje escolhi falar sobre a sede da Igreja Católica, o menor país do mundo: o Vaticano.

O enclave fica dentro de Roma e sua população não chega a mil habitantes, sendo todos membros de Igreja ou funcionários do clero. A entrada da Basílica de São Pedro é gratuita, porém, para visitar os museus e a Capela Sistina é necessário comprar ingressos. É válido ressaltar que é terminantemente proibido fotografar a capela, correndo o risco de tomarem as máquinas ou celulares, portanto, nem tente.

O acervo do Vaticano é riquíssimo, contendo coleções de arte e antiguidades colecionadas ao longo dos séculos pelos diversos pontífices romanos.Provavelmente, sua primeira parada será no Pátio da Pinha, onde há uma esfera dourada, chamada Sfera con Sfera, do escultor Arnaldo Pomodoro. Essa pinha colossal foi encontrada na Idade Média nas Termas de Agripa. (Termas, resumidamente, eram os locais onde o povo tomava banho.)

As peças mais importantes estão no Museu Pio-Clementino, que contém obras do Renascimento e Antiguidade, mas teve sua coleção reestruturada por Pio VI para receber obras gregas e romanas. Uma das principais partes desse museu é a Sala Rotonda, em cujo centro há um grande copo vermelho, com 13 metros de circunferência, que foi feito para adornar um grande espaço público da Roma Imperial. Outro destaque é o Torso Belvedere, que alguns acreditavam ser uma representação de Hércules, mas a hipótese mais difundida o identifica como o herói grego Ajax, filho de Telamon, no ato de seu suicídio.

Uma galeria famosa é a das Tapeçarias, feitas por alunos do artista renascentista Rafael, e que mostram cenas da vida de Jesus Cristo e do Papa Urbano VIII. Já a Galeria dos Mapas, que particularmente achei uma das mais bonitas, conta com 40 mapas monumentais pintados nas paredes, realizados a partir de desenhos de Ignazio Danti. Porém, os mapas acabam sendo ofuscados pela abóbada lindíssima em estilo renascentista. Por isso, é normal você ver as pessoas andando com as cabeças voltadas para o teto, admirando todas aquelas obras de arte.

Abaixo, mostro algumas fotos dos museus com legendas explicando cada foto, para vocês terem uma ideia melhor do que comentei até agora:

Quanto à Capela Sistina, como disse anteriormente, não se pode fotografar, mas falando de uma forma bem simples, é um espaço sem móveis e pequeno, porém, cada pedacinho de suas paredes e teto foi pintado pelos maiores artistas italianos, então é como se vocês estivesse dentro de uma obra de arte.  Claro, o grande destaque é o teto de Michelangelo, com “A criação de Adão” ao centro e “O Juízo Final” na parede do altar.

Saindo da Capela, visitei a maior basílica do mundo (até porque nenhuma pode ser maior que ela), a famosa Basílica de São Pedro, que sem dúvidas, é um dos lugares mais bonitos que já fui. E olha que o que não faltam são igrejas belíssimas para se visitar na Itália…

Dentro da basílica, o sarcófago de vidro com o corpo intacto do Papa João XXIII chama a atenção de todos que passam por ali.  De acordo com este artigo, a causa da sua preservação foi o tratamento especial levado a cabo secretamente pelo professor Gennaro Goglia, encarregado de tratar do corpo do Pontífice falecido antes do funeral. Ele esclareceu que este tratamento não foi uma embalsamação, pelo menos no sentido clássico, e consistiu na aplicação de um líquido especial, que preencheu todos os capilares e eliminou todas as bactérias locais que estavam junto dos tecidos internos destruídos pelo câncer.

Outro destaque é a estátua em bronze de São Pedro, cuja tradição é passar a mão em seus pés ao visitá-la para receber bênçãos. E claro, em se falando em São Pedro, um dos lugares mais interessantes é a cripta onde os papas estão enterrados e é o ponto onde se pode chegar mais perto do corpo de São Pedro, que está localizado na direção do altar (que fica abaixo da cúpula), no cemitério do Vaticano, que fica abaixo da cripta. Também não se pode tirar fotos lá, mas eis uma galeria da Basílica:

Curiosamente, o Papa Júlio II não está enterrado no Vaticano, mas sim na Basílica de São Pedro Acorrentado (San Pietro in Vincoli), onde se encontra a estátua de Moisés, de Michelangelo, que decora seu túmulo. A igreja é perto do Coliseu, e fica ao lado da Universidade La Sapienza.

É lá que também estão as supostas correntes que prenderam o apóstolo no cárcere, daí o nome da igreja. Segundo a lenda, um pedaço da corrente foi enviado à Constantinopla pela Imperatriz Eudóxia e depois de anos foi trazida de volta a Roma, sendo dada de presente ao papa Leão I, que quando foi compará-la a outra corrente relacionada à prisão de Pedro na Prisão Mamertina, ambas se fundiram milagrosamente. São estas correntes que estão no relicário sob o altar da igreja.

Finalizando esta coluna, eis fotos de San Pietro in Vincoli:

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Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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