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Crônicas

[Todo mundo tem uma história] Na era dos desapegados

Século 21! Seja bem-vindo à Era da Informação, ao Hipermodernismo, à Era da Revolução Tecnológica e dos relacionamentos abertos.

Não vivi os tempos em que andar de mãos dadas era sinônimo de estar comprometido e nem na de mulheres que casavam virgens. Sou do fim da década de 1980, da Geração Y, do Orkut, MSN, Facebook e Tinder (aliás, o Tinder é o exemplo máximo da Era dos Desapegados).

A minha geração brincou de boneca, casinha, carrinho, soltou pipa, jogou bolinha de gude. Mas ainda teve tempo de aproveitar na juventude, as novas tecnologias. Lembro-me bem de que em 2004 tinha um aparelho Samsung que enviava SMS, se houvesse sinal digital. Era fantástico! Contudo, foi necessário menos de uma década para chegarmos aos smartphones e, consequentemente, ao WhatsApp, Instagram e Snapchat (que eu nem sei muito bem a que veio no mundo dos aplicativos).

O fenômeno da Globalização diminuiu a relação entre o tempo e o espaço. Hoje é possível se comunicar em tempo real com outra pessoa que esteja do outro lado do mundo. Um facilitador para os relacionamentos (ou não).

Tanta evolução levou ao que hoje conhecemos como Relacionamentos Abertos. Difícil de entender. Você pode frequentar a casa do indivíduo, mas não tem compromisso. Você sabe tudo o que acontece na vida dele (a). Porém, isso não significa nada. Vocês chegam a desenvolver um grau de intimidade maior do que o existente em um namoro. E só. Passam dias sem se falar, ficam com outros, compartilham as mesmas histórias com uma dezena de pessoas. Uma bagunça só. Bem-vindo aos dias de hoje.

E por que tudo isso? Porque cada vez mais as pessoas prezam por liberdade. Elas podem até ter sentimentos sinceros, mas o “ser livre” sempre fala mais alto. Isso porque existe uma fantasia que é como o estar com alguém fosse sinônimo de estar algemado. Como se um pertencesse ao outro, como se estivessem aprisionados. Muitas pessoas não entendem ainda que podem ser livres, mesmo juntas. Talvez, seja culpa de uma cultura nacional.

Sem contar que vejo muita gente com vergonha de estar em um relacionamento sério. Não são seguros o suficiente para assumir que também são capazes de amar. Oh, céus! Estamos na era de que o amor virou sinônimo de cafonice. Eles acham a solteirice mais chamativa. Se consideram mais populares por isso. Vivem sozinhos, por incapacidade de aceitar um sentimento.

Para dizer a verdade, em tempos de Tinder, optar por uma pessoa significa dizer não a todas as outras. Isso tudo tornou a sintonia entre duas pessoas quase que nula. Como se fosse impossível que duas almas se apaixonem de verdade. Ainda vejo muitas comemorações de bodas: diamante, prata, ouro. Alguns amigos casando (poucos). Mas também me tornei uma dessas pessoas que descrevi acima. Acredito no destino, porém, acho muito difícil escolher uma possibilidade e abrir mão de todas as outras.

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