por Rafael Studart
Com três dedos de uma mão lhes conto quantos são. Tem o do meio, o mais velho e um temporão.
Quando brigam os antigos, o caçula se esconde. Com medo que sobre pra ele, se mete não se sabe onde.
A peleja termina, e vão lá procurar; às vezes é difícil, o mais jovem encontrar. Olvido, desleixo; conceitos a se misturar. Os de idade lamentam não saber como lidar.
Vontades não faltam ao infante iludido; já o idoso dos três só quer ser ouvido. Perdido, confuso e aflito, assim fica o do meio bem no meio do conflito.
Os mais novos, tão infantis, ignoram o primogênito; deixam-no infeliz. Quer apenas precaver dos perigos que podem haver. Mas dizem que nele só há traumas e que não sabe viver. Bons dias, porém, quando sentam a ouvir; algumas histórias dele, chega até a repetir.
Quem sabe um dia, esses tais irmãos, andem juntos, sigam em frente e talvez se deem as mãos?
Enquanto isso não acontece, aceitamos resignados essa condição que nos envelhece.
Rafael Studart é comediante, roteirista e professor universitário de física. Mestre pela COPPE/UFRJ, costuma tentar algo novo com uma certa frequência. Se quiser falar sobre relacionamento e sexo com ele, pode pará-lo na rua. Facebook: http://www.facebook.com/studart7
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