[Coluna] Observações de uma petropolitana: em Santiago

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Decolar.com, Rio de Janeiro e Santiago, no Chile, são os destinos mais procurados pelos passageiros brasileiros para suas viagens de inverno. A Cidade Maravilhosa, você provavelmente já cansou de visitar, então hoje vou falar um pouco dos lugares bacanas para conhecer na capital chilena. Acredito que cinco dias sejam suficiente para explorar a cidade e ainda ir à Valparaíso, Viña del Mar e Vale Nevado.

Um aspecto importante para ficar atento é em relação à moeda, já que a conversão do real para o peso chileno é um pouco confusa para nós que não estamos acostumados com os valores. Uma dica é tirar os três zeros e multiplicar por 5 para ter um valor aproximado. Por exemplo, 10.000 pesos chilenos seria mais ou menos R$ 50,00.

Outro ponto é em relação ao idioma. Embora a gente costume achar que se vira no “portunhol” e, no geral, não há grandes dificuldades para se comunicar, cuidado com algumas palavrinhas como: propina, que lá significa gorjeta; mamón, que pode significar um homem apegado à mãe ou ainda sexo oral. Lá, o mamão é papaya. Para chamar o garçom, basta perguntar pelo camarero ou mesero.

Falando em restaurante, você provavelmente encontrará o “lomo a lo pobre” nos cardápios, que é o tradicional bife com batatas (papas) fritas, mas o deles ainda vem com ovos e cebola. A cozinha é bem parecida com a nossa, com menus oferecendo carnes, peixes (pescados), frango (pollo), carne de porco (cerdo) e saladas (ensalada). Um lugar bacana para almoçar e conhecer é o Mercado Central, famoso por seus restaurantes especializados em peixes e frutos do mar.

Quanto aos lugares que valem a pena ser visitados, vamos aos principais pontos turísticos de Santiago. Pelo Centro, você vai se deparar com o Palácio de la Moneda, que é a sede da presidência; a Praça das Armas, onde fica a belíssima Catedral Metropolitana de Santiago, onde estão enterradas algumas figuras históricas do Chile e o Cerro Santa Lucía, que é um dos mirantes da capital. Foi neste morro que o conquistador Pedro de Valdivia fundou a cidade em 1541, dando início ao período colonial espanhol. O lugar é bem agradável e bonito, mas esteja preparado para subir os degraus que levam até o mirante.

Não deixe de ir também ao Cerro San Cristóbal, no Parque Metropolitano. Lá, você pega o funicular (um bondinho) que faz duas paradas: a primeira deixa no zoológico e a segunda, no topo onde tem a Estátua de la Virgen e o Santuário de Inmaculada Concepción. É um passeio muito gostoso, imperdível para quem visita Santiago. Perto dali, você pode aproveitar para visitar La Chascona, uma das casas de Pablo Neruda; e o bairro Bellavista, que seria a “Lapa chilena”, cheio de barzinhos/restaurantes com mesas nas calçadas e o Pátio Bellavista, que também tem várias opções gastronômicas, além de algumas lojinhas.

Quem quiser tirar um dia para fazer umas comprinhas, é no bairro Providencia que fica o moderno shopping Costanera, que é enorme e tem todas as marcas, além das grandes lojas de departamento Paris, Ripley e Falabella. É neste bairro que também fica o famoso Restaurante Giratorio, que leva esse nome justamente por completar 360º em 1h. Vale a visita porque é legal ver a capital chilena do alto, sob todos os ângulos, enquanto se desfruta de uma boa comida.

Os amantes de esqui encontram no Vale Nevado o melhor lugar para a prática. Se você for durante o verão, como eu, ainda assim vale a visita, já que o Vale fica a poucos quilômetros de Santiago e é belíssimo. Só tome cuidado se você enjoa facilmente, pois a subida possui muitas curvas fechadíssimas e como fica na Cordilheira dos Andes, não esqueça o casaco! Mesmo no verão, é bem frio lá em cima.

Mas se o seu lance é praia, então Viña Del Mar é o lugar para você, como o balneário de Reñaca, que é um dos mais badalados e um dos mais importantes da cidade pelo grande número de visitantes, apesar de suas praias rochosas. No Museo Fonck, você vai encontrar peças arqueológicas e etnográficas relacionadas à Ilha de Páscoa. E claro, tem que ter aquela parada para tirar foto no Relógio de Flores, localizado na avenida que a une a Valparaíso, construído especialmente para dar as boas vindas à Copa do Mundo de Futebol de 1962, disputada na cidade.

Pela proximidade, também vale a pena visitar a cidade portuária de Valparaíso, Patrimônio Mundial da UNESCO, que é uma gracinha com suas casas coloridas, e também abriga a sede do jornal El Mercurio, o mais antigo do Chile e da língua castelhana, além de La Sebastiana, a outra casa de Neruda.

Como de costume, terminarei esta coluna com uma galeria de fotos dos lugares citados. Confira: