(Imagem: Johannek)
por Rafael Studart
Caminha…
Pega o telefone…
Chega ao bar…
… nota o letreiro: “Flex Gym”.
… marca o encontro e se encaminha para a livraria.
… os amigos de longa data, todos reunidos, saúdam a sua vinda com os copos erguidos.
Entra e descobre que, do seu antigo colégio, pareciam manter apenas a fachada.
Lá está ela, tal qual a havia deixado: morena, um metro e sessenta, covinha no queixo.
Serginho, Cadu, Rogério; entre uma risada e um gole, uma lembrança celebrada.
Segue academia adentro, em busca de alguma falha de pintura que revele o verde água de antes.
Sentam-se e, após o constrangimento inicial, começam a enxergar o pouco de si deixado no outro.
Eram como irmãos. Sobravam afinidade e alegria. As histórias de quem era não era nada sem eles.
A medida que percorre aqueles corredores, escadas, pátios…
A cada olhar trocado, sorriso de canto de boca…
Ouve os causos contados de um tempo passado…
… uma triste constatação se forma.
… percebe que não era mais o que havia sido.
… e nota que já havia deixado aquela época.
O presente do seu passado fedia a suor.
A química de antes não tinha mais solução.
As setes chaves trocadas por sete palmos.
Rafael Studart é comediante, roteirista e professor universitário de física. Mestre pela COPPE/UFRJ, costuma tentar algo novo com uma certa frequência. Se quiser falar sobre relacionamento e sexo com ele, pode pará-lo na rua. Facebook: http://www.facebook.com/studart7
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