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História

[História] 29 de julho: Aniversário da princesa Isabel

A ligação da princesa d. Isabel com Petrópolis é antiga, tendo início com a construção do Palácio Imperial, por seu pai, o imperador d. Pedro II, como residência de verão da família. Desde muito nova, d. Isabel passava os verões em nossa cidade, e na ocasião aproveitava para passear com sua irmã a princesa d. Leopoldina a pé, a cavalo ou de carro pelos arredores de Petrópolis. A princesa adorava ir até as cascatas, a fazenda da Samambaia, Pedro do Rio, Chácara do Binot, ou ainda visitar a Igreja matriz e o Palácio de Cristal.

Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança Bourbon e Orleans, mais conhecida como princesa d. Isabel, nasceu no dia 29 de julho de 1846, no Palácio de São Cristóvão. Filha do imperador d. Pedro II e da imperatriz d. Teresa Cristina, tornou-se herdeira do trono após a morte de seus dois irmãos d. Afonso em 1847 e Pedro Afonso em 1850.

Por ser a herdeira do trono, sua educação foi bastante rígida. Teve como preceptora a condessa de Barral, responsável por preparar um programa bastante intenso que começava às sete da manhã indo até às nove e meia da noite. Nos raros intervalos, d. Isabel brincava com suas bonecas, bordava, pintava e dançava.

Ao completar 14 anos, a princesa presta juramento prometendo seguir os preceitos da Constituição. Quatro anos depois, em 1864, aos dezoito anos, se casa com o francês conde d’Eu e passa sua lua de mel na cidade de Petrópolis, no palacete do barão de Ubá, onde atualmente funciona a reitoria da Universidade Católica de Petrópolis.

Em 1871, aos 25 anos, a princesa d. Isabel se torna a primeira senadora do Brasil e, em função da primeira viagem do imperador d. Pedro II ao exterior, assume a regência do Império do Brasil. No mesmo ano, em dia 28 de setembro, assina a Lei do Ventre-Livre.

Na residência petropolitana do casal d. Isabel e Gaston de Orleans, no nº 2 da Rua D. Afonso, atual Avenida Koeler, nascem seus dois primeiros filhos, o príncipe d. Pedro em 1875 e d. Luís em 1878, já d. Luis, o terceiro filho do casal, nasce em Paris em 1881.

A fim de visitar a exposição Universal de Filadélfia, d. Pedro II, em 1876, viaja aos Estados Unidos e d. Isabel assume pela segunda vez o trono.

Por motivo de doença, em 1887, d. Pedro II realiza nova viagem a Europa e pela terceira vez d. Isabel assume o trono. As ideias abolicionistas fervilham no Brasil, o cenário se torna cada vez mais favorável ao fim da escravidão e a princesa defensora dos escravos se alia ao movimento tornando-se partidária do abolicionismo. A princesa não só financiava alforria de ex-escravos com seu próprio dinheiro, como apoiava a comunidade do Quilombo do Leblon, que cultivava camélias brancas, símbolo do abolicionismo.

A relação da então princesa Regente com alguns nobres a favor da escravidão fica cada vez mais tensa e delicada. Em 12 de fevereiro d. Isabel promove a batalha de flores na cidade de Petrópolis, cujos fundos seriam destinados à campanha de libertação dos escravos. Em 1º de abril do mesmo ano, d. Isabel entregou no Palácio de Cristal, 103 títulos de alforria aos últimos escravos da cidade.

Diante desse contexto, no dia 13 de maio de 1888, d. Isabel sai de Petrópolis rumo ao Rio de Janeiro para assinar a Lei Áurea. No Paço Imperial, com uma pena de ouro nas mãos, pena essa que pode ser vista no circuito de exposição permanente do Museu Imperial, a princesa liberta os escravos dos castigos e da opressão: “A partir desta data ficam libertos todos os escravos do Brasil”.

Nesse momento tão importante para a história do país, o que poucos sabem é que no momento da assinatura a princesa d. Isabel recebeu dois buquês de camélias, flor que representava o movimento, um artificial, presenteado pela diretoria da Confederação Abolicionista e outro natural pelo Quilombo do Leblon. O abolicionista Rui Barbosa definiu como “a mais mimosa das oferendas populares.”

Com a proclamação da República, no dia 15 de novembro de 1889, a princesa d. Isabel segue para o exílio com sua família se instalando em Paris, tendo como última residência o castelo d’Eu, da família de seu marido, na Normandia.

Deve-se ainda destacar a d. Isabel como grande incentivadora da construção da Catedral de São Pedro de Alcântara, participando desde a escolha do local, do engenheiro e do estilo arquitetônico a ser adotado. Mesmo fora do país, em seu exílio, a princesa pediu apoio financeiro aos seus amigos para que a obra não fosse interrompida, como também ofereceu donativo de dez contos de réis. A catedral foi o local escolhido por ela para abrigar os restos mortais de seus pais.

D. Isabel falece no dia 14 de novembro de 1921 em Paris, sendo seus restos mortais e do conde d’Eu transladados em 6 de julho de 1953 para o Rio de Janeiro, e em 1971 seguem definitivamente para o mausoléu da Catedral São Pedro de Alcântara.

2 Comentários

  1. Linda historia da princesa,já estive visitando os seus restos mortais em Petrópolis.
    É muito bom saber que ela está aqui!
    Valeu pela bela reportagem,
    Abraços.
    Roberto Azeredo.

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