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Turismo

Petrópolis no roteiro turístico da Exposição Nacional do Cavalo Pampa

Foto: Maria Iório/Haras Lagoinha/Cedidas

No próximo fim de semana, Petrópolis vai integrar o roteiro turístico da Enapampa (Exposição Nacional do Cavalo Pampa). No sábado (29), das 9h às 17h, criadores e familiares do cavalo Pampa vão passear pelo Centro e Itaipava, percorrendo o palácio de Cristal, o Museu Imperial, a Catedral e a casa de Santos Dumont. Em  Itaipava, o passeio será pelo centro que possui excelente gastronomia e comércio especializado em malha.

A proposta dos organizadores do Enapampa é fazer com que visitantes de outros Estados que têm animais participando do maior evento da raça na temporada possam conhecer um pouco da cultura da região.

O evento acontece entre 23 e 30 de agosto, no Centro Hípico Sapucaia, em Sapucaia.Veja a programação aqui.

Sobre o cavalo Pampa

No imaginário de quem assistiu aos filmes americanos do Velho Oeste, a figura dos índios remete sempre as suas montarias: o cavalo pintado, veloz, ágil e belo. Era o Mustang, palavra que significa selvagem, sem dono. Originário dos cavalos introduzidos no Continente pelos colonizadores europeus, o Mustang proliferou-se pelas planícies e chegou a um plantel de mais de dois milhões de exemplares no início do século XX, competindo pelas pastagens com os bovinos e lavouras. Virou um problema para os produtores rurais que passaram a caçá-los, levando o rebanho a uma drástica redução no final da década de 1960, o que levou o Congresso dos Estados Unidos a aprovar uma lei em 1971 declarando o Mustang como espécie protegida. O papel do Mustang não se limitou a ser a montaria dos índios, em especial dos Comanches, mas também o de responsável pela origem do pampa americano.

O início da formação do plantel americano de cavalo pampa é atribuído ao cruzamento do Mustang com um cavalo branco com manchas escuras no ventre, introduzido no Continente em 1519 pelo explorador espanhol Hermando Côrtes. Nasciam os cavalos “Pinto” e “Paint”.

O Paint Horse se desenvolveu a partir do cruzamento com o Quarto de Milha, herdando sua conformação e vocação para a lida. O “Pinto” (palavra de origem espanhola) tem como principal diferença o tipo morfológico.

O cavalo Pampa no Brasil

Não existe uma data precisa da chegada dos primeiros animais de pelagem pampa no Brasil. Acredita-se que a pelagem foi introduzida através de alguns poucos cavalos de origem berbere trazidos pelos colonizadores portugueses e principalmente pelos holandeses a capitania de Pernambuco a partir de 1624.

Já a origem do nome pampa é atribuída ao brigadeiro Rafael Tobias Aguiar, que em meados do século XIX, vencido na revolta da província de Sorocaba (SP), fugiu com seu exército para o Rio Grande do Sul, onde aderiu à batalha dos Farrapos. A maioria dos soldados montava cavalos pampas: tinham grandes manchas brancas sobre a pelagem escura, dando origem ao termo “tobiano” (de Tobias). Quando Tobias Aguiar retornou a São Paulo, estes cavalos passaram a ser gradualmente conhecidos no resto do País como os cavalos dos “Pampas” (codinome do Estado do Rio Grande do Sul).

A pelagem pampa se espalhou para várias raças, notadamente as nacionais.  No final da década de 1980, os apaixonados por cavalos pampa começaram a se mobilizar para a formação de uma raça que se originasse do cruzamento inter-racial entre reprodutores e matrizes das raças Anglo-Árabe, Campeiro, Campolina, Crioulo, Mangalarga, Mangalarga Marchador e Puro Sangue Inglês. Em 2 de agosto de 1993, por iniciativa do selecionador Márcio de Andrade e colaboradores, nascia a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Pampa (ABCCPampa), a mais jovem associação de raça equina no Brasil.

O cavalo pampa brasileiro está sendo formado com base em um padrão morfológico internacional tipo sela, preservando-se todas as modalidades de andamentos, que exprimem o real significado de um animal destinado a diversas funcionalidades.

Atualmente, já são 30 mil os animais registrados na ABCCPampa e os Estados da região Sudeste são os que concentram os maiores plantéis.

A pelagem é o principal diferencial da raça. A Pampa é uma pelagem conjugada com as pelagens sólidas, sendo que o animal deve ter no mínimo uma área de pelos brancos sobre pele despigmentada medindo em torno de 100 cm², podendo ser composta de no máximo duas manchas formando a área total. As despigmentações de crina e cauda podem ser de qualquer forma e tamanho expressivo.

Na ABCCPampa não são registrados animais descendentes do Quarto de Milha (Appalosa e Paint Horse), e também de praticamente todas as raças exóticas para não descaracterizar o tipo morfológico do Pampa nacional.

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