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Coluna Literária

[Coluna literária] “Clímax” – Chuck Palahniuk

Sou o tipo de leitora que quando gosta de um autor, resolve ler um livro atrás do outro e neste momento, a bola da vez é Chuck Palahniuk. Ao acabar “Condenada”, antes de ler a continuação, resolvi escolher uma outra história do autor, portanto, a coluna de hoje é sobre “Clímax”.

Se eu já tinha achado a descrição do inferno e as situações pelas quais a jovem Madison passa completamente surreais (leia aqui), mal sabia que novamente Palahniuk conseguiria me surpreender com uma história ainda mais bizarra.

Em “Clímax”, C. Linux Maxwell (daí o duplo sentido no nome do livro) é um bilionário famoso por casos com as mulheres mais lindas e cobiçadas do planeta, que um belo dia convida Penny Harrigan, uma garota comum e recém-formada em direito, para jantar. Ele a leva para os restaurantes mais badalados em Nova York, Paris, e começa a lhe proporcionar orgasmos inimagináveis. É quando ela descobre que está sendo usada como cobaia da Beautiful You (que é inclusive o nome original do livro), uma linha de apetrechos sexuais que serão vendidos no mundo todo.

As mulheres acabam virando escravas do prazer e o vício as leva até as últimas consequências, fazendo com que larguem tudo e vivam em função daquilo, como “cracudas”. Elas abandonam seus empregos, suas famílias, começam a roubar pilhas para continuarem a usar os apetrechos e os homens começam a ser deixados de lado, já que o propósito da Beautiful You é “desbancar um bilhão de maridos”.

Por trás de todo esse absurdo e um humor peculiar, Chuck sempre faz suas críticas, como nesse caso, sobre o feminismo, o hedoísmo, o consumismo, e alguns livros bem famosos entre as mulheres. Uma curiosidade é que inicialmente, a obra se chamaria “Cinquenta Tons de Cinza da Caverna do Crepúsculo do Urso que Veste Prada”, em referência aos livros que ele leu para escrevê-la.

Em alguns trechos ficam bem claras essas referências, como “as mulheres nas filas da loja com os livros de vampirinho nas mãos”, ou certas descrições como “de botas Gucci, partiu confiante pela Quinta Avenida, carregando várias pranchetas. Os bolsos do seu casaco curto Donatella Versace estavam quase transbordando…”, que parecem saídas de “O diabo veste Prada”.

Nas palavras do autor em entrevista à revista Rolling Stone, “O livro mistura sexo, roupas de grife, um playboy milionário, uma garota inocente, vida primitiva na caverna e magia. É um romance diferente de todos os romances anteriores. E a cena do casamento ao final vai levar os leitores às lágrimas. É um livro libidinoso, engraçado e sexy – e sentimental. O que mais os leitores poderiam querer?”

Com um pouco de tudo junto e misturado em mais uma narrativa louca, esquisita e engraçada, uns vão amar, outros vão odiar, mas dificilmente vão ser indiferentes ao livro. A única coisa que posso garantir é que você dificilmente vai ler algo remotamente parecido vindo de qualquer outro autor.

Marianne Wilbert

Jornalista, pós-graduada em mídias digitais.
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