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Colunas

[Psicologia ao seu alcance] O caçador e o romântico

por Flávio Melo Ribeiro

Na coluna de hoje falarei sobre o encontro entre um casal em que um deles tem características de caçador ativo, que vai atrás, se impõe, procura ocupar o máximo de espaço da relação; e o outro, romântico, calmo, deixando o outro ocupar os espaços em muitas das situações, porém, ativo nas ações românticas. As características independem do sexo. São vinculadas à personalidade. Esse conflito é mais comum nas relações amorosas do que se imagina e engana-se quem pensa que já sabe o desfecho.

Essa relação se caracteriza pela dominação, ambos utilizando estratégias e ações bem diferentes. Os dois entendem que ganhar é ter o outro sob seu domínio. No entanto, esse conflito não será decidido por quem vence, mas por quem perde, ficando este previsível e, consequentemente, sem graça na visão do outro. Desse modo, não estão em busca da harmonia e de uma construção saudável da relação amorosa, mas de vencer o jogo.

Os dois estão jogando, mas utilizando estratégias próprias. O caçador se impõe pelo vigor, forçando a ideia de que é ele quem dá as cartas, mas se desespera diante do poder de escolha do romântico. A liberdade é tudo que o dominador não quer de seu cônjuge. O caçador joga iscas, ocupa espaço e faz o jogo da insegurança com o romântico. Ele dá a entender que pode abandonar a relação a qualquer momento e enfatiza o quanto o outro vai sofrer sem sua companhia. A todo momento se faz próximo, fogoso, dominador e, em seguida, coloca-se indiferente, distante e autossuficiente. Busca, com isso, aniquilar o romântico, mas se conseguir, vai deixá-lo previsível e sem graça. Consequentemente, sai do jogo para buscar outra relação. (Você encontra mais informações em viveratividadesempsicologia.blogspot.com.) Acontece que o romântico também tem suas estratégias.

O romântico também quer a dominação do caçador e, para isso, tenta aprisioná-lo nos pequenos atos românticos, que vão da gentileza ao agrado, dos cuidados que atraem a atenção do outro. Cria um ambiente de necessidade e escassez, fazendo o caçador depender de seu carinho, suas gentilezas, dos jogos fogosos do sexo e das surpresas. Por resultado, vai aprisionando o caçador no visgo do romantismo. Se o caçador não ficar atento, vai declinando vagarosamente seu vigor, suas ações começam a ficar previsíveis e passa a reproduzir as atitudes do romântico que antes criticava. Se ele completar esse ciclo, perde. Pois o romântico, nesse caso, não quer um igual. Sua satisfação é dominar quem se considera mais do que ele. Sua diversão é deixar o caçador preso, como numa teia de aranha. Quando consegue, o outro e o jogo perdem a graça.

 

flavio melo ribeiroFlávio Melo Ribeiro é psicólogo, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina em 1988, especialista na área clínica pelo Conselho Regional de Psicologia e especialista em Gestão de Empresa pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atua como psicólogo clínico em seu consultório situado em Florianópolis – SC e presta consultoria às empresas na área de Gestão de Pessoas.

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