Neste sábado (28), o Sesc Nogueira recebe Fernando Fernandes para uma palestra às 14h, com entrada gratuita. Tetracampeão de paracanoagem, Fernando já esquiou nas montanhas de Aspen, nos Estados Unidos, se jogou de 4 mil metros em um paraquedas, surfou com um caiaque a onda da pororoca, remou 55 quilômetros do Rio São Francisco, participou da corrida de São Silvestre (15 quilômetros) e da Maratona da Disney (42 quilômetros).
Na adolescência, Fernando praticava uma série de esportes, em especial futebol, tendo passado pelas categorias de base de alguns clubes. Aos 17, se aproximou do sonho da maioria dos jovens brasileiros: profissionalizou-se jogador de futebol. Aos 18, porém, foi convocado a servir o Exército Brasileiro. Quando saiu, enveredou pelo lado da moda. Sua beleza chamou a atenção de olheiros de agências internacionais e foi morar nos Estados Unidos. Passou a estampar campanhas de marcas conhecidas, como Calvin Klein, e esteve diante das lentes dos melhores fotógrafos de moda, como Bruce Weber. De volta ao Brasil, outro olheiro o convidou para participar da segunda edição do Big Brother Brasil, permanecendo no jogo por três semanas.
A proximidade com o mundo dos artistas levou o paulistano a estudar teatro e morar no Rio de Janeiro. Em cima do palco, também chamou a atenção de diretores e acabou participando de três peças: “Endependência”, de João Brandão; “A Missão Secreta de Tom Rilver”, de Moises Bittencourt; e “O Ateneu”, dirigido por Leonardo Brício, Andre Mattos e Gaspar Filho. Apesar de um pouco distante das lentes dos fotógrafos de moda, o modelo ainda fazia sucesso no meio, por isso foi convidado a estrelar a campanha de perfumes da Dolce & Gabbana, com as tops Naomi Campbell, Claudia Schiffer e Eva Herzigová. Com a carreira alavancada por tal visibilidade, recebeu diversos convites de agências internacionais e passou uma temporada em Atenas, Grécia.
O divisor de águas da vida de Fernando Fernandes foi o dia 4 de julho de 2009, quando, de volta ao Brasil, bateu com seu carro em uma árvore da Avenida República do Líbano, Zona Sul de São Paulo. Ele não usava cinto de segurança e, no choque, quebrou duas vértebras, ficando paraplégico. Em vez da resignação, para seguir adiante Fernando optou pela inquietação, a mesma que carrega desde a juventude e que foi responsável pelos seus vários êxitos profissionais. Em Brasília, no Hospital Sarah, fez reabilitação e passou e ter ambições esportivas mesmo sem poder andar. Seis meses após o acidente, o ex-modelo emocionava o Brasil participando e completando a Maratona de São Silvestre, mesmo com a mão em “carne viva”, como costuma lembrar, e o pneu furado da cadeira adaptada.
“Acabei minha prova e ganhei o maior prêmio da minha vida, que foi o abraço dos meus pais orgulhosos, chorando por eu ter vencido essa barreira”, recorda o atleta.
O êxito na São Silvestre foi o impulso para outras tantas vitórias. Amante dos esportes, partiu para a paracanoagem, sagrando-se tetracampeão mundial.
